“Doloroso e revoltante”. Sacerdote raptado no Haiti
16-03-2023 - 08:35
 • Olímpia Mairos

O superior dos Clérigos de São Viator, congregação a que pertence o sacerdote, fala em “violência”, mas também em “anarquia”, alertando que “a hora é grave”.

“Quando irá parar este surto de violência?”, pergunta o padre Dudley Pierre, superior dos Clérigos de São Viator no Haiti, após mais rapto de um sacerdote naquele país.

O sequestro aconteceu na manhã de sábado, 11 de março, junto à residência da comunidade, nos arredores de Croix-des-Bouquets. O padre Jean-Yves Médidor estaria a sair de casa quando tudo aconteceu.

“Ao fechar o portão, um dos nossos guardas viu homens encapuzados a perseguir o padre Jean-Yves. Mais tarde, apercebemo-nos que outros veículos estavam à sua espera à saída da estrada”, conta o superior dos Clérigos de São Viator em mensagem ao arcebispo de Port-au-Prince, D. Max Leroy Mésidor, enviada também para a Fundação AIS Internacional.

Perante este “doloroso e revoltante” acontecimento, o superior dos Clérigos de São Viator, fala em “violência”, mas também em “anarquia”, alertando que “a hora é grave” e pede as orações do arcebispo para a “libertação do nosso irmão, Pe. Jean-Yves Médidor, e de todo o Haiti”.

Recentemente, o padre camaronês Antoine Christian Noah, conseguiu escapar ileso dos raptores que o mantiveram em cativeiro durante dez dias.

O sacerdote claretiano, de 33 anos, regressava ao Haiti, no dia 7 de fevereiro, depois de ter estado em retiro na República Dominicana, quando foi capturado.

Segundo o superior maior da Delegação das Antilhas dos missionários claretianos, o sacerdote conseguiu escapar da casa onde estava em cativeiro fazendo um buraco no teto e já foi transferido para outro país.

Segundo a AIS, estes episódios vêm evidenciar o clima de enorme instabilidade e de insegurança que se vive no Haiti. País onde, segundo as estimativas das Nações Unidas, só no ano passado, houve mais de 1,3 mil sequestros e mais de duas mil pessoas foram assassinadas.