Patriarcado assume erro por partilhar post da Federação pela Vida no Facebook
16-05-2019 - 18:03
 • Filipe d'Avillez

O post em questão comparava as diferentes posições dos partidos candidatos às europeias quanto à defesa da vida, mas podia ser entendido como um apelo ao voto em partidos específicos, admite o padre Nuno Rosário Fernandes.

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O Patriarcado de Lisboa assume que um dos seus funcionários no departamento da comunicação errou ao republicar na página de Facebook oficial do Patriarcado um post da Federação Portuguesa pela Vida que comparava os diferentes partidos quanto a posições como o aborto e a eutanásia.

O post foi feito na quarta-feira e gerou de imediato polémica, tendo sido mais tarde eliminado. Em declarações à Renascença o padre Nuno Rosário Fernandes, do departamento de comunicação do Patriarcado, reconhece o erro.

“Foi um erro da parte de um dos gestores da página do Facebook do Patriarcado. Um erro que assumimos e que não reflete em nada a postura ou posição oficial do Patriarcado sobre esta questão das eleições”, diz.

“O que no fundo queremos reafirmar é esta necessidade de sensibilizar os eleitores para as eleições, para que votem de forma consciente e que possam ter conhecimento e possam recorrer ao documento que a Conferência Episcopal publicou recentemente, precisamente sobre as eleições europeias.”

O padre Nuno reconhece que o exercício feito pela Federação Portuguesa pela Vida é legítimo no sentido de esclarecer os eleitores para aquele tema em particular, mas ressalva que esse não é o único assunto que interessa à Igreja, pelo que seria sempre um erro depreender que o Patriarcado endossa algum partido em particular com base apenas nisso.

“Quanto mais organismos ou instituições – ligadas à Igreja ou não – possam fazer esse tipo de reflexão, melhor. Aquilo que aconteceu foi de facto uma republicação de algo que tínhamos encontrado no Facebook e que, olhando para a dimensão da vida, se pensou que seria algo que poderia ajudar a essa reflexão, sem ter em conta o outro lado do debate, porque ali aparecem partidos que, apesar de fazerem uma defesa da vida têm outras posições que não são favoráveis a isso”, explica.

Vários movimentos e organizações católicas têm assumido posições ou pedido publicamente esclarecimentos aos candidatos a estas eleições europeias.