Agência Europeia do Medicamento. Moreira quer conhecer estudos que "chumbaram" o Porto
08-06-2017 - 14:30

O presidente da Câmara do Porto diz à Renascença não poder detectar "centralismo" na decisão do Governo de candidatar Lisboa porque as declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros remetem para uma decisão técnica.

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, quer conhecer o estudo que sugere que seja Lisboa a candidatar-se a sedear a Agência Europeia do Medicamento, recusando acusar. sem ter esses dados, a decisão do Governo de centralista.

"A partir do momento que o senhor ministro [dos Negócios Estrangeiros] disse que houve estudos e que houve ponderação, não posso afirmar isso", diz Rui Moreira à Renascença.

O autarca do Porto argumenta que, "se decisão é técnica, não seria lícito fazer considerações políticas sobre as questões do centralismo".

Com a saída do Reino Unido da União Europeia, vários organismos europeus naquele país terão de mudar-se para o espaço dos agora 27 e o Governo anunciou publicamente o interesse de apresentar uma candidatura portuguesa, que se revelou uma candidatura lisboeta, facto que Rui Moreira "estranha".

"Nós estranhamos porque ninguém nos pediu nada. A Câmara do Porto não foi ouvida nesta matéria", conta Moreira, acrescentando: "Falei com o reitor da Universidade do Porto, que, nesta matéria, tinha, obviamente, interesse - porque temos a Faculdade de Farmácia, dois cursos de Medicina, dois hospitais, o i3S e a própria Universidade do Minho, com quem também falei, ninguém sabia de nada."

Nestas circunstâncias, o presidente da Câmara do Porto pede que o ministro Augusto Santos Silva divulgue "os estudos que colocam o Porto mal classificado na avaliação que é feita".

"Se há estudos - e não podemos por em duvidar disso porque o senhor ministro disse que há -, esses estudos têm ser anteriores ao dia 27 de Abril, data em que a decisão já aponta para Lisboa e gostaríamos de conhecer os estudos, mais não seja para que, em situações futuras, nós possamos ser mais competitivos", remata Rui Moreira.