Clínicos advertem que não pode haver médicos "com dois mil utentes”
11-02-2019 - 12:22
 • Renascença

Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar aplaude aumento do tempo por consulta, mas defende redução de utentes por médico.

A Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar concorda com o pedido da Ordem dos Médicos para que haja consultas mais longas, no publico e no privado, mas adverte que não basta decretar a medida.

Em declarações à Renascença, o presidente da associação, Rui Nogueira, admite que este é o melhor caminho na saúde familiar, mas lembra também é preciso a redução das listas de doentes de cada médico.

Em condições ideais, as listas poderiam ir até 1.750 doentes, cifra que é inferior à média nacional. "Temos muitos médicos com dois mil e até com mais de dois mil doentes. Não é possível exercer medicina geral e familiar com dois mil utentes por lista”, diz Rui Nogueira, acrescentando que esta situação é geradora “de outras necessidades, nomeadamente o recurso às urgências”.

A Ordem dos Médicos vai estabelecer tempos padrão para a marcação de consultas médicas. Num documento divulgado esta segunda-feira, elaborado com contributos dos Colégios de Especialidade, a Ordem aponta os tempos que as consultas devem durar em cada especialidade médica.

Esta segunda-feira, inicia-se um período de consulta pública da proposta, com a duração de 30 dias. A Ordem dos Médicos espera receber contributos dos médicos e de todos os cidadãos, para depois a levar ao Conselho Nacional daquele organismo para discussão.