Liberdade celebrou-se com tarde soalheira e vermelha
25-04-2021 - 16:39
 • Hélio Carvalho

Depois de mais de um ano de pandemia, o povo saiu à rua num dia de sol. A Avenida da Liberdade, em Lisboa, não esteve a abarrotar como em 1974, mas muitas famílias e jovens proclamaram o fim do fascismo.

Um mar de vermelho, cravos e famílias passou este domingo pela Avenida da Liberdade, em Lisboa, para comemorar o regresso do 25 de Abril à rua e o fim da ditadura.

À cabeça do desfile iam dois chaimites, ao som de música de intervenção.

Foi um desfile de 25 de Abril único: muitas máscaras, o corpo do cortejo distanciado, e muitos, muitos cânticos sobre corrupção.

Mas os cravos continuaram a ser distribuídos e continuou-se a cantar, ad eternum, "25 de Abril sempre. Fascismo nunca mais".

O distanciamento físico, esse, ficou em momentos esquecido. O uso de máscara foi universal, mas a estrada e o passeio da Avenida foram também pequenos para tanta gente cumprir a distância de segurança.

Entre as 15h00 e as 17h00, hora em que a multidão começou a dispersar na chegada ao Rossio, foram cantadas muitas “Grândolas”. Cada grupo, cada partido, cada sindicato, cantou a sua, à sua maneira: umas mais tímidas, outras mais afinadas.

Perto da cauda da manifestação foi o Bloco de Esquerda que, a par do já costume PCP e sua juventude partidária, foi dos maiores grupos presentes. Catarina Martins e o restante grupo parlamentar do BE presente, desde Mariana e Joana Mortágua a Beatriz Gomes Dias, correram, saltaram, gritaram.

Já do lado do PCP, bem mais preso ao chão, Jerónimo de Sousa foi acompanhado pela secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, e o candidato do partido à CM de Lisboa, João Ferreira.