Conselho Direitos Humanos. Portugal contribuiu para adoção de mais de 350 resoluções
07-02-2018 - 23:47

Mandato terminou em dezembro de 2017. As contas foram apresentadas pela secretária de estado Teresa Ribeiro.

Portugal contribuiu, durante os três anos do mandato no Conselho de Direitos Humanos da ONU, para a adoção de mais de 350 resoluções e superou alguns objetivos da sua candidatura, disse a secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros.

Portugal terminou em dezembro de 2017 o seu primeiro mandato no Conselho de Direitos Humanos (CDH) das Nações Unidas.

"Desempenhámos um papel muito ativo nas nove sessões regulares, contribuindo para a adoção de mais de 350 resoluções. Deliberámos ainda em cinco sessões especiais dedicadas a situações especialmente preocupantes, como as violações de direitos humanos cometidas pelo grupo terrorista Boko Haram, a deterioração da situação no Burundi e Síria, a situação no Sudão do Sul, e da minoria rohingya e outras minorias em Myanmar", indicou Teresa Ribeiro, numa sessão, no Palácio das Necessidades, para assinalar o final do mandato de Portugal.

A governante destacou, das resoluções apresentadas com Estados terceiros, a elaboração de uma "inovadora resolução sobre saúde mental e direitos humanos", em conjunto com o Brasil, que foi adotado por consenso com 66 copatrocínios de vários grupos regionais, e que resultou de uma "intensa cooperação com a Organização Mundial de Saúde e com as organizações da sociedade civil.

Teresa Ribeiro apontou também as várias candidaturas vencidas por Portugal a instâncias de direitos humanos, sublinhando a eleição de António Guterres - "que dá grande prioridade aos direitos humanos" - como secretário-geral das Nações Unidas, e a candidatura de António Vitorino a diretor-geral da Organização Internacional das Migrações -- cuja eleição decorre em junho - , que disse refletir "a importância" que o país dá "às migrações, matéria intrinsecamente relacionada com os direitos humanos".

Outros objetivos da candidatura portuguesa ao CDH foram manter as iniciativas nacionais sobre direitos económicos, sociais e culturais e sobre o direito à educação; privilegiar o tratamento de temáticas como a eliminação da violência contra as mulheres, os direitos das crianças ou a abolição da pena de morte; reforçar a visibilidade de Portugal nos trabalhos do Conselho e, por fim, em sede da União Europeia fazer refletir com acrescida assertividade a especificidade das posições nacionais.

"Estes objetivos foram, no essencial, cumpridos e, em muitos casos, superados", defendeu.

Agora que o trabalho de Portugal no CDH terminou, Teresa Ribeiro advogou a necessidade de "manter a exigência, não retrocedendo nos padrões normativos fixados nos principais tratados de direitos humanos, com a certeza de que a concretização dos direitos humanos é um processo dinâmico, uma conquista em permanente construção".