Se havia dúvidas...
16-06-2022 - 10:37

Dificilmente André Villas-Boas será recomendado por Pinto da Costa para a sucessão como presidente do FC Porto.

Neste tempo, alguns setores da vida desportiva nacional têm-se entretido com adivinhações sobre o futuro próximo de Pinto da Costa à frente dos destinos do seu clube de sempre, o Futebol Clube do Porto.

E há, claro, aqueles que projetam não apenas a sua saída, mas vão mais longe, e tentam até adivinhar nomes que possam estar postados na linha da substituição.

Sem surpresa, neste lote há os mais e os menos prováveis candidatos à cadeira de sonho. Uns revestindo alguma lógica, outros talvez não.

Sem querer perceber tudo o que está por detrás disto e, muito menos, desejar que se apresse o movimento tendente à entronização de um “novo Papa”, há um facto recente que dissipa algumas dúvidas, e deixa bem à vista que existe pelo menos um propalado e até auto-candidato que está fora de todas as conjeturas presidenciais.

Para assim concluir, basta atentar em muito recentes palavras do presidente portista, cujo conteúdo incluem um nome e tudo, a propósito do mercador de transferências, e acerca de declarações feitas por Villas-Boas, sobre a ida de Darwin para Liverpool.

Ora leiam: “Ninguém melhor do que o André para fazer essa afirmação, porque ele sabe que foi o dinheiro do futebol inglês que, a oito dias do início da pré-época, quando já estava tudo preparado, o levou da cadeira de sonho”. E acrescentou o líder portista: “Se isso acontece é óbvio que eles têm poder económico, a começar pelos impostos, que criam logo uma desigualdade extrema”.

Claro que todos nos lembramos desse intempestivo abandono, no ano de 2004, tendo André Villas-Boas iniciado então uma carreira de quatro anos no Chelsea, e deixando os dragões numa situação embaraçosa, quando já estava a ser preparada a temporada seguinte.

Pinto da Costa, que apenas soube mais tarde desta pirueta do treinador quando este já estava em viagem para Londres, e que é considerado um homem com boa memória, nunca esqueceu a desconsideração, embora também nunca lhe tenha dado especial relevo, ao longo dos 18 anos que se seguiram.

Fê-lo agora, para deixar claramente à vista que quando houver lugar ao render da guarda, André Villas-Boas não fará sequer parte da curta lista dos nomes de possíveis recomendados para continuarem a obra do atual presidente.