Catalunha. Puigdemont diz que há alternativas à independência
13-11-2017 - 15:00

Governo de Madrid apela ao ex-presidente catalão para se apresentar às eleições de 21 de Dezembro.

Veja também:


O presidente destituído da região autónoma da Catalunha, Carles Puigdemont, disse ao jornal belga Le Soir que uma solução diferente à independência é “sempre possível”.

“É sempre possível! Trabalhei durante 30 anos para conseguir outra ligação da Catalunha a Espanha! Trabalhamos muito nessa questão mas a chegada de Aznar (ex-primeiro-ministro do PP) ao poder deteve esse desejo”, disse Puigdemont na entrevista publicada esta segunda-feira no jornal francófono belga.

Carles Puigdemont acrescentou que está disposto a aceitar “a realidade de uma outra relação com Espanha”, sem especificar.

O ex-presidente da Generalitat que se encontra em Bruxelas desde que proclamou a independência unilateral da “República da Catalunha” sublinhou que a origem da crise actual começou em 2010 quando o Tribunal Constitucional espanhol declarou inconstitucionais vários artigos do Estatuto de Autonomia da Catalunha.

“A origem de tudo isto está na anulação do Estatuto de Autonomia, em 2010, que tinha sido adoptado pelos parlamentos catalão (regional) e espanhol. Sabe quantos deputados independentistas estavam no parlamento catalão? Catorze entre 135 deputados. Agora são 72. O responsável pelo aumento do número de independentistas é, sobretudo, o Partido Popular”, afirma o ex-presidente da autonomia.

Entretanto, Madrid já veio dizer diz que a única alternativa à independência são as eleições autonómicas marcadas para 21 de Dezembro.

“A alternativa à independência passa hoje pelas eleições de 21 de Dezembro. Portanto o senhor Puigdemont deve apresentar-se como candidato a essas eleições e ver que apoio tem”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Alfonso Dastis.

Carles Puigdemont e outros quatro ex-membros do governo autónomo da Catalunha que também se encontram em Bruxelas devem comparecer na próxima sexta-feira perante um tribunal de primeira instância belga que vai depois decidir se executa a ordem de entrega a Espanha, pedida pela Audiência Nacional, em Madrid.