Reportagem Via Sacra. Jovens acreditam que JMJ é uma oportunidade para falar dos abusos sem medo
25-02-2023 - 00:39
 • Tomás Anjinho Chagas

Entre os mais novos, pede-se que a Igreja aproveite o momento para ultrapassar um problema grave. Ouça a reportagem.

Os jovens católiicos acreditam que a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em Lisboa, é uma oportunidade para a Igreja falar do problema dos abusos sem medo.

A ideia atravessou todos quantos fizeram, na noite fria desta sexta-feira, a Via Sacra na Praça do Marquês de Pombal, em Lisboa.

"É muito bom vivermos o cristianismo todos juntos, com jovens de outras paróquias, com este calor humano", diz à reportagem da Renascença José Bastos.

O jovem, de 21 anos, considera que a questão dos abusos "tem importunado muito a nossa vivência, como católicos e como pessoas", mas avisa que é preciso "falar sem medo" do assunto, de forma a que ele "seja passado".

"Uma Igreja unida a Cristo, com tudos juntos, resolverá o problema", aponta Bastos.

Sobre este assunto, Rita Balasteiro, outra jovem participante pede frontalidade. "Espero que nós jovens e nós Igreja tenhamos uma ação mais reta e não tanto de deixar andar", diz, manifestando ainda "alegria" pela participação na Via Sacra de muitas pessoas que "sairam do comodismo, da rotina numa noite tão fria".

Presidida pelo cardeal patriarca, D. Manuel Clemente, a iniciativa contou com a presença de muitos padres. Um deles, Nuno Rosário Fernandes, pároco de Benfica, disse à Renascença que a JMJ constitui "uma oportunidade para a Igreja mostrar aquilo que ela é".

O sacerdote especifica: "Uma Igreja de caridade, uma Igreja de amor, que procura estar próxima dos que precisam e que precisa de uma atitude e de um discurso que sejam diretos."

As centenas de jovens (e menos jovens) presentes na iniciativa rezaram também pela paz na Ucrânia.