Costa admite que pode ter havido excessos em Monchique, mas destaca ausência de mortos
10-08-2018 - 15:10

De visita a Monchique, primeiro-ministro disse que a "prioridade das prioridades é salvaguardar o bem inestimável da vida humana".

O facto de ninguém ter morrido no grande incêndio dos últimos dias no Algarve, o maior do ano na Europa, "é absolutamente extraordinário", afirmou esta sexta-feira o primeiro-ministro, António Costa, à chegada para uma reunião com autarcas em Monchique.

António Costa admite que podem ter existido alguns excessos, mas "a prioridade das prioridades é a salvaguarda de um bem inestimável que é a vida humana", frisou em declarações aos jornalistas.

“A GNR desempenhou missão muito delicada e difícil. Todos nós, se tivermos o fogo ao pé de casa, o primeiro apego que temos é protegermos os nossos bens."

"Com ou sem seguro, uma casa é sempre reparável. Uma ida humana é irreparável. A primeira missão é salvar vidas humanas. Pode ter havido aqui ou ali algum exagero, mas globalmente, perante a gravidade dos incêndios não ter havido perdas humanas é um bem essencial”, destacou.

O que correu mal?

Questionado sobre o que correu mal no combate a este incêndio, o primeiro-ministro sublinha que "não é treinador de bancada" e não vai entrar no jogo da "especulação".

“A Administração Geral da Administração Interna abre sempre uma investigação, sem prejuízo do trabalho do Ministério Público e da Polícia Judiciária sobre a forma como ocorreu este incêndio e o apuramento de responsabilidades que possam existir”, declarou.

António Costa sublinha que a serra de Monchique, que também já tinha ardido em 2003, e o Algarve estavam sinalizados como "zona de risco prioritário, o que levou ao reforço de meios antes da ocorrência para que se pudesse responder."

O chefe do Governo diz que a sua missão é continuar a implementar as recomendações da comissão técnica que investigou os incêndios de 2017, mas isso não é trabalho a curto prazo.

"O esforço [de limpeza do mato] que foi feito no inverno passado tem que ser continuado nos próximos anos", salientou o primeiro-ministro, reforçando a necessidade de uma aposta forte na prevenção.

António Costa adianta que já estão aprovados mais 170 quilómetros de faixas de segurança no Algarve, depois dos 220 quilómetros abertos no último ano.

O incêndio que começou na passada sexta-feira na serra de Monchique está finalmente dominado. António Costa diz que, agora, é preciso "garantir que não há mais episódios e a prioridade é reconstruir".

O primeiro-ministro diz que é altura de fazer contas aos estragos e vai ouvir os autarcas da região. "Há vários mecanismos de apoio estruturados, no âmbito agricola, da habitação e do que for necessário", garantiu o primeiro-ministro à chegada a Monchique.