Portugueses dão sinais de mal-estar geral
14-12-2018 - 12:29

Oliver Bonamici e Begoña Iñiguez falam de austeridade encapotada em Portugal e analisam as moções de censura no Reino Unido e em França.

No plano europeu, continuamos a questionar-nos sobre o Brexit. Theresa May foi a Bruxelas, mas voltou a Londres de mãos vazias e continua aincerteza. para Begoña Iñiguez, May está "só a tentar ganhar tempo e resistência". A Primeira-ministra "tem um plano", porque "toda a gente sabe que ela votou contra o Brexit". A correspondente espanhola diz que ela está a tentar adiar tudo ao máximo e a mostrar uma enorme capacidade de resistência. Já Olivier Bonamici, diz que "vai ser complicado a May não tropeçar no Parlamento e se se confirmar que um terço dos conservadores estão contra ela, vai ter uma margem de manobra muito curta". Ao mesmo tempo, "quando se diz que nas sondagens o não ao Brexit tem uma vantagem, essa vantagem é tão curta que, se houvesse um segundo referendo, podia dar outra vez uma vitória do não".


França: Macron obrigado a ceder

Não foi uma semana fácil para Macron, nem para os franceses. Olivier recorda que tinha avisado que Macron ia ter de anunciar medidas sociais, mas "vamos ver como é que o défice francês pode aumentar e que impacto tem quando França esteve a dar lições de moral aos italianos". O correspondente francês acha que Macron vai sofrer uma derrota estrondosa nas eleições europeias e pode ter, a prazo, um futuro semelhante ao de Renzi em Itália". Por seu lado, Begoña Iñiguez acha que "o movimento dos coletes amarelos tem forças estranhas (políticas e sociais) por detrás. Parece que tudo faz pontaria para Macron até acabar com ele. E estão a tentar aproveitar a sua fragilidade para conseguir benesses como o aumento do salário mínimo". Begoña mostra-se preocupada com o facto de este tipo de movimentos estar "a atravessar fronteiras". Olivier chama a atenção para o facto de ter saído um estudo que retrata quem são os coletes amarelos: "são pessoas da classe média francesa, que em média ganham 1.700 euros/mês", portanto não estamos a falar das classes baixas".


E por cá?

Numa altura em que se sucedem os sinais de contestação social, os comentadores do Visto de Fora não têm dúvidas: é cada vez mais evidente o mal-estar geral em Portugal, traduzido pelas greves e protestos em diversos setores, dos transportes à saúde, dos professores aos bombeiros. Oliver Bonamici e Begoña Iñiguez responsabilizam a austeridade encapotada e alertam para as possíveis consequências desta situação.

Apesar de tudo, o ministro das Finanças e novo líder do Eurogrupo, Mário Centeno, foi eleito figura do ano pelos correspondentes estrangeiros em Portugal e os nossos comentadores explicam porquê.

E saberão Olivier e Begoña o que significa “Ir para o Maneta”?

Este conteúdo é feito no âmbito da parceria Renascença/Euranet Plus – Rede Europeia de Rádios. Veja todos os conteúdos Renascença/Euranet Plus