Bispos da Costa Rica preocupados com o aumento da violência no país
02-07-2024 - 11:19
 • Olímpia Mairos

Conferência Episcopal pede “aos funcionários públicos de todas as instituições da República para que não poupem esforços para tomar medidas apropriadas que resolvam este problema urgente”:

Os bispos da Costa Rica mostram-se preocupados com o aumento da violência e dos assassinatos no país.

“Olhamos com dor para o grande número de homicídios que se acumularam, muitos dos quais envolvem jovens, ligados ao tráfico de droga ou ao crime organizado”, escrevem os bispos numa mensagem ao país, citada pela agência SIR, sublinhando que “a perversidade e a capacidade organizativa com que são perpetrados estão a agravar-se”.

Segundo os bispos, assiste-se também “a uma grande persistência de casos de violência dentro de casa, onde as principais vítimas são mulheres, crianças e idosos”, a que se soma “a violência nas escolas, no local de trabalho, nas ruas e em muitos outros contextos”.

A Conferência Episcopal da Costa Rica (Cecor) assegura que como Igreja está consciente “da gravidade deste problema, que dolorosamente tende a espalhar-se no tempo e em muitas direções”, e, por isso, se une “na busca de caminhos de unidade e de paz para enfrentar este problema”.

Segundo os bispos, os fatores envolvidos na violência são múltiplos e “não estão distribuídos uniformemente, nem social nem geograficamente”, alertando, no entanto, que a violência está “especialmente concentrada onde há maior vulnerabilidade”.

“Queremos normalizar os atos de violência, aceitando que são inevitáveis? Queremos continuar a aceitar que a dor de muitos irmãos e irmãs se reduz a meras estatísticas ou a um espetáculo mediático?”, questionam os bispos, apelando “aos funcionários públicos de todas as instituições da República para que não poupem esforços para tomar medidas apropriadas que resolvam este problema urgente”.

Por fim, a Cecor afirma que nas comunidades “há grandes demonstrações de bondade, gentileza e solidariedade que contrastam com tanta dor”, assinalando que “crentes e não crentes querem condições sociais que nos permitam viver com dignidade e liberdade, viver sem medo”.