​FMI alerta para pensões generosas em Portugal e critica aumentos salariais
12-07-2019 - 15:29
 • Renascença com Lusa

Fundo Monetário Internacional sugere, por exemplo, que as pensões mais elevadas comecem a convergir para os valores das pensões médias na Europa.

O FMI considera que o sistema de pensões português continua “caro” e “generoso”, apesar das alterações das últimas décadas destinadas a reforçar a sua sustentabilidade, revela o relatório sobre Portugal ao abrigo do artigo IV, divulgado esta sexta-feira.

No documento sobre a revisão anual da economia portuguesa, o Fundo Monetário Internacional (FMI) refere as alterações nas pensões das últimas décadas como o aumento da idade legal de reforma, a ligação à esperança média de vida e a redução dos benefícios de novos aposentados após a 2007.

Porém, o fundo sublinha que o sistema de pensões “continua caro, generoso pelos padrões da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico] e pouco faz corrigir a desigualdade” nas pensões de velhice.

“Recomenda-se que os resultados das reformas sejam reexaminados, com vista a identificar possíveis ações” para “aumentar a equidade no sistema e manter um rígido controle sobre a trajetória dos gastos”, defende o FMI.

O fundo sugere, por exemplo, uma convergência das pensões mais elevadas para as taxas médias da União Europeia.

No relatório, o FMI considera ainda que a “pressão” sobre a massa salarial também está a aumentar, devido ao aumento de 2% do emprego público em 2018, apesar de o Governo se ter comprometido a reduzir o número de funcionários públicos.

Esta situação reflete “o aumento das necessidades” com o regresso do horário das 35 horas semanais na função pública, diz o fundo.

O FMI diz ainda que a “pressão” sobre os salários resulta também do descongelamento de carreiras na função pública.