“Senti Jesus comigo, sabia que não estava sozinho”, diz padre raptado no Iémen
15-09-2017 - 14:05

Chegou a ser noticiado que o padre Tom tinha sido executado pelos seus raptores, mas, passado um ano e meio, foi libertado.

O padre indiano Tom Uzhunnali, que esteve 18 meses em cativeiro, depois de ter sido raptado no Iémen, por jihadistas, diz que sentiu sempre que Jesus estava com ele.

Uzhunnalil foi libertado na terça-feira, numa operação conjunta entre as autoridades iemenitas e de Omã. Na quarta-feira, viajou para Roma, onde foi recebido pelo Papa Francisco.

No encontro, o sacerdote salesiano ajoelhou-se diante do Papa, mas este ajudou-o a levantar-se e beijou-lhe a mão. Depois, o padre Tom disse a Francisco que tinha oferecido todo o seu sofrimento pela missão do Papa e para o bem da Igreja. O Papa respondeu que continuaria a rezar por ele, como tinha feito até então, segundo relata o jornal do Vaticano "L'Osservatore Romano".

“Verdadeiramente, senti sempre Jesus próximo de mim, sempre soube e senti no meu coração que não estava sozinho”, disse Tom Uzhunnalil, referindo-se ao seu ano e meio em cativeiro.

O padre Tom Uzhunnalil estava ao serviço no Iémen, a prestar assistência religiosa a um grupo de freiras que operava um lar para a terceira idade, quando militantes islâmicos o raptaram, em Março de 2016. Durante o ataque, várias freiras e outros funcionários foram mortos. Uma freira sobreviveu e contou o que se passou às autoridades.

Durante o ano e meio que passou, foram surgindo algumas notícias sobre o padre Tom, incluindo, pelo menos, um vídeo em que este pedia um maior esforço para a sua libertação. Chegou a ser divulgada uma notícia, logo desmentida, de que teria sido executado pelos seus raptores.

Não se conhecem os detalhes da sua libertação, mas a ordem salesiana a que pertence diz que em nenhuma altura lhe foi solicitado o pagamento de um resgate.

A história do rapto do padre Tom termina, assim, da melhor maneira, enquanto outros sacerdotes e bispos que foram raptados na Síria, incluindo um italiano, continuam desaparecidos.