Os autarcas dos municípios do litoral reclamam igualdade no pagamento de portagens. No caso da região de Aveiro, as autarquias insistem na isenção de portagens para os percursos de curta distância sem alternativas secundárias à altura.
O presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves, diz que não há argumentos económicos ou financeiros que favoreçam o contrário.
“Tudo o que é a competitividade, os tempos de utilização das vias seja pelos pesados de mercadorias, seja pelos residentes que existem nesta zona, que é densamente povoada, quando vamos fazer essas contas, todos os argumentos são a favor da nossa proposta. Todos”, reclama, em declarações à Renascença.
A reacção do autarca de Aveiro surge no dia em que o Governo confirma a redução do custo de portagens nas auto-estradas do interior a partir do Verão, altura em que se intensificam as queixas da população afectada pelo intenso tráfego que foge às antigas Scut (vias sem custo para o utilizador).
Esta terça-feira, na comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, o ministro do Planeamento e Infra-Estruturas, Pedro Marques, sublinhou que, se não tivesse havido “uma renegociação desastrosa, a redução já era para todos” os do interior. O governante referia-se à renegociação concluída pelo governo de Passos Coelho, que transferiu para a concessionária as receitas de portagem da A23 (Beira Interior), o que implica agora uma nova negociação para poder aplicar a descida do preço das portagens, num valor que não foi referido na audição.
No que toca ao litoral, Pedro Marques referiu que a A22 (Via do Infante) também será abrangida pela redução do preço, uma vez que a Estrada Nacional 125 "não é uma alternativa, mesmo com as obras que estão a ser feitas".
Utentes de Santarém marcam protesto para 4 de Maio
O Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) de Santarém rejeita a possibilidade de uma redução das portagens e anunciou esta terça-feira, para 4 de Maio, uma concentração pela sua abolição na A23 e na A13.
"Não aceitamos descontos nem queremos reduções nos valores das portagens, porque o que defendemos como justo e decisivo para o desenvolvimento do distrito de Santarém é a abolição de todas e quaisquer portagens, nomeadamente na A13, entre Atalaia (Vila Nova da Barquinha) e Ferreira do Zêzere, e na A23, entre Torres Novas e Mação", disse à agência Lusa o porta-voz do MUSP, que agrega as diversas estruturas de utentes do distrito.
Manuel Soares reagia assim ao anúncio do ministro Pedro Marques sobre o preço das portagens no interior.
Segundo o porta-voz do MUSP de Santarém, "na renegociação que foi feita a concessionária, a SCUTVIAS, recebe menos mas deixa de ter responsabilidade nas grandes manutenções, passando estas para a Infra-estruturas de Portugal".
"Tememos que o valor das portagens baixe, mas aumente o número de troços a portajar", pelo que "o documento de renegociação deve ser tornado público", referiu Manuel Soares.