Cardeal Parolin apresenta Virgem Maria como exemplo nos momentos de "dúvida" e "dor"
13-10-2016 - 12:50
 • Agência Ecclasia

O responsável da diplomacia da Santa Sé presidiu às celebrações de 12 e 13 de Outubro, apresentando a Virgem Maria como alguém que “sabe estar ao pé da Cruz” e, por isso mesmo, tem uma “missão materna” na Igreja.

O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, desafiou, esta quinta-feira, os peregrinos de Fátima a imitar a atitude da Virgem Maria nos momentos de “dúvida” e de “dor” na sua vida.

“Para muitos de nós, estes são momentos mais do que justificados em que o «coração» se comprime, se fecha, se aniquila, rompe qualquer comunicação com tudo e com todos; mas não sucedeu assim com Maria”, declarou o cardeal Parolin, na homilia da missa que encerrou a peregrinação internacional do 13 de Outubro.

Perante milhares de peregrinos reunidos na Cova da Iria, o líder da diplomacia da Santa Sé apresentou a Virgem Maria como alguém que “sabe estar ao pé da Cruz” e, por isso mesmo, tem uma “missão materna” na Igreja.

“Ao pé do Crucificado, o próximo são todos os discípulos e discípulas que Jesus ama; todos, sem excluir ninguém. Assim, ao pé do Crucificado, são próximo os discípulos e discípulas que fugiram”, acrescentou.

O cardeal italiano recordou as várias situações em que os fiéis colocam “em dúvida a fidelidade de Deus” perante os “inimigos”, os “lados obscuros da vida”, contrapondo a estas hesitações a convicção da fé da Virgem Maria.

"Ao pé do Crucificado, está disposta a atravessar uma das contradições mais dolorosas que uma mulher possa viver: a morte do seu próprio Filho; uma morte ainda mais gravosa, porque resultante da maldade dos outros”, observou.

D. Pietro Parolin sublinhou depois que quem ama “realmente” o próximo rejeita as “regras, as ideias e os comportamentos dos «fortes»”, que se amam apenas a si mesmos.

“Os 'fortes' e os 'poderosos' amam os 'fortes' e os 'poderosos'”, advertiu.

O secretário de Estado do Vaticano pediu aos peregrinos presentes em Fátima que todos saibam ser “construtores pacientes duma Igreja que anuncia o Evangelho não obstante as contradições e os lados obscuros da vida”.

Esta é a última grande peregrinação antes da visita do Papa Francisco a Fátima, prevista para maio de 2017, e assinala o final do 99.º aniversário das Aparições aos pastorinhos na Cova da Iria.