Cheias em Lisboa. Moedas anuncia que famílias afetadas receberam apoios de 87 mil euros
14-03-2023 - 00:25
 • Lusa

Carlos Moedas revelou que foram apoiadas 64 famílias, que receberam um total de 87 mil euros.

Os apoios às famílias afetadas pelas inundações de dezembro ascendem a 87 mil euros, mais do que as ajudas às empresas que somam 41 mil euros, segundo um balanço do presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carlos Moedas.

"Recebemos 163 candidaturas [a apoios por danos com as cheias] de famílias. Apoiámos 64 famílias com 87 mil euros", afirmou Carlos Moedas, esta segunda-feira, em Lisboa, num encontro com a imprensa para mostrar o último sensor, de um grupo de oito, instalado em Lisboa no âmbito de um sistema de alerta de inundações.

"Vamos ajudar muito mais do que isto", disse, referindo-se aos apoios já entregues, esclarecendo que há "orçamento para ajudar, por isso as pessoas que contactem" a CML, disse o presidente da Câmara.

Carlos Moedas atualizou também o balanço dos apoios às empresas afetadas pelas cheias de dezembro, informando terem-se candidatado 79 empresas e apoiadas 34 empresas no valor de 41 mil euros, menos do que o apoio às famílias até agora.

A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, há um mês, disse no parlamento que os prejuízos decorrentes do mau tempo que afetou o país em dezembro e em janeiro aumentaram para 342 milhões de euros.

O anterior balanço dos prejuízos era de 293 milhões de euros e o volume dos apoios a conceder ascendia a cerca de 185 milhões de euros.

Vários distritos do continente foram afetados por chuvas fortes entre o final de 2022 e o início deste ano, com grandes inundações, estragos em estradas, comércio e habitações, e dezenas de desalojados.

Em Algés, no concelho de Oeiras (distrito de Lisboa), registou-se mesmo uma morte, devido às cheias.

O último balanço apresentado pela CCDR-LVT dava conta de prejuízos na ordem dos 185 milhões de euros, registados por vários municípios: Amadora, Almada, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Odivelas, Oeiras, Seixal, Sintra e Vila Franca de Xira.

Câmara de Lisboa quer instalar mais sensores de inundação na cidade

O último de 10 sensores de inundação em Lisboa foi hoje instalado em Alcântara, tendo o presidente da câmara, Carlos Moedas, revelado a intenção de continuar a instalá-los “pelo menos” em mais 50 locais na cidade.

"Correndo bem, temos muitos outros pontos da cidade que precisamos destes sensores", afirmou Carlos Moedas, hoje em Lisboa, numa visita em Alcântara ao local onde foi instalado o décimo sensor.

"Estes são apenas oito [sensores]. Eu diria que temos, pelo menos, 50 locais onde deveríamos ter este tipo de sensores", considerou, esclarecendo que "até podem ser mais", do que essa meia centena de localidades.

"Se naquela noite tivéssemos tido estes sensores nos túneis, poderíamos ter fechado os túneis muito antes do que aquilo que fizemos", explicou, considerando que este sistema de alerta traz "mais tranquilidade" aos munícipes.

Os sensores de inundação, juntamente com sensores de caudal a instalar em condutas, pretendem monitorizar em tempo real e detetar precocemente fenómenos com potencial risco de danos humanos e materiais causados por inundações, permitindo uma melhor gestão de meios de prevenção e uma mais rápida ativação dos meios de socorro.

Neste projeto-piloto, foram instalados 10 sensores em oito locais: dois no Túnel João XXI, um no Túnel Entrecampos, um no Túnel Campo pequeno, dois no Túnel Campo Grande, um no Túnel Batista Russo, um na Rua da palma 191, junto ao Martim Moniz , um na Rua Dom Duarte, junto ao Martim Moniz, em frente ao Hotel Mundial e o último, hoje instalado, na Rua da fábrica da pólvora, próximo da Rua da Cascalheira em Alcântara.

O sensor de caudal no coletor da Rua da Palma, em frente ao número 191 servirá para verificar correlação entre o caudal no coletor e inundação a jusante (sensor de inundação na R. D. Duarte, em frente ao Hotel Mundial), de forma a alimentar um modelo de predição.

O objetivo do projeto-piloto é testar um sistema de previsão de inundação e escalar para uma rede de sensores que consiga abranger toda a cidade, adquirindo maior histórico de dados de forma a robustecer os modelos preditivos que ajudem a mitigar riscos com a maior antecedência possível.

No caso concreto dos túneis, o sistema montado pode permitir a ligação a um sistema de semáforos e/ou cancelas a acionar a partir de um certo nível de água acumulada no ponto mais baixo do túnel, reduzindo a ocorrência de viaturas presas e submersas nos túneis rodoviárias.