Trump sabia que atacantes do Capitólio estavam armados
28-06-2022 - 19:48
 • Lusa

Antiga assessora da Casa Branca na administração Trump diz que o ex-Presidente foi informado que os manifestantes estavam armados, mas que insistiu que os deixassem avançar.

Cassidy Hutchinson, antiga assessora da Casa Branca na administração Trump, disse nesta terça-feira em Washington que o ex-Presidente foi informado que os manifestantes que protagonizaram uma tentativa de ocupação do Capitólio estavam armados, mas que insistiu que os deixassem avançar.

"Deixem a minha gente passar" e marchar em direção ao Capitólio, terá dito Donald Trump pouco antes dos milhares de apoiantes seus que, em 06 de janeiro de 2021, entraram em confrontos violentos com a polícia e que pretendiam impedir a certificação da vitória nas presidenciais de Joe Biden, tendo morrido cinco pessoas.

Pouco antes, o magnata havia feito um discurso inflamado perto da Casa Branca, onde encorajou os seus apoiantes a marchar em direção ao Capitólio, lançando acusações infundadas de que os democratas tinham cometido fraude eleitoral naquela votação.

As imagens de uma multidão a invadir a sede do Congresso dos Estados Unidos chocaram o mundo.

No testemunho que deu perante o comité da Câmara de Representantes que está a investigar o ataque ao Capitólio, Hutchinson citou Trump a dar instruções à sua equipa, que utilizou termos vernáculos, para que retirassem os detetores de metal que, considerava o ex-Presidente, fariam perder tempo aos seus apoiantes.

"Não me importo que eles tenham armas", disse então Trump, citado por Cassidy Hutchinson.

"Eles não estão aqui para me magoar. Estou-me marimbando se eles têm ou não armas", disse especificamente Trump, citado pela antiga assessora.

A jovem, de 25 anos, que era assistente especial e assessora de Mark Meadows, já deu antes uma série de informações a investigadores do Congresso e fez vários depoimentos à porta fechada.

Mas o comité convocou a audiência para esta terça-feira para ouvir o seu depoimento público, aumentando as expectativas de novas revelações na investigação que dura há quase um ano.