Médicos acusam autoridades de “maquilhar número” de profissionais de saúde com Covid-19
01-04-2020 - 20:44
 • Isabel Pacheco

Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) pedem mais testes ao novo coronavírus e mais proteção.

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Os médicos alertam que o número de profissionais infetados com a Covid-19 pode ser maior que o conhecido e pedem mais testes e proteção.

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) já solicitaram uma reunião de urgência com a ministra da Saúde, Marta Temido.

Em declarações à Renascença, o secretário-geral do SIM, Roque da Cunha, acusa as autoridades de saúde de estarem a “maquilhar os números” relativos aos médicos infetados com Covid-19, uma vez que, só são testados os profissionais de saúde que estejam sintomáticos, explica.

Nesse ponto de vista, acrescenta, “os dados que são apresentados junto da ministra da Saúde não estão corretos”.

Segundo os últimos dados da Direção-Geral da Saúde (DGS), há 209 médicos infetados pelo novo coronavírus. Mas, segundo o sindicalista, o número não está certo: “sabemos que são mais, bem como, os que estão em cuidados intensivos”.

Para Roque da Cunha, “não é possível manter esta norma” para a realização dos testes e pede a sua universalização para todos os profissionais de saúde, ainda, que não apresentem sintomas.

O sindicalista alerta, ainda, para a falta de equipamento de proteção individual nos hospitais. “A verdade é que, mesmo, com a recente vinda de material do estrangeiro, não é suficiente. Aqui, se não fosse a sociedade civil e as camaras a situação era muito mais complicada.”

A Federação Nacional dos Médicos acrescenta mais uma questão à lista de preocupações. Em declarações à Renascença, Noel Carrilho, presidente da FNAM alerta para a má organização dos serviços hospitalares em tempo de crise.

Sem querer avançar pormenores, Noel Carrilho garante que “há conselhos de administração que querem interpretar o tempo dos médicos em casa após o turno como sendo relativas a um banco de horas ilegal”.