Fátima. Bispo de Coimbra pede humanidade “com coração de mãe”
13-06-2022 - 12:20
 • Teresa Paula Costa

Na homilia da peregrinação de junho, D. Virgílio Antunes exortou os governantes a defenderem os mais vulneráveis e a Igreja a abrir as portas a todos.

O bispo de Coimbra exortou, nesta segunda-feira, os governantes mundiais a trabalharem em defesa dos mais vulneráveis, tomando como exemplo o Coração Imaculado de Maria que se celebra em Fátima.

Para D. Virgílio Antunes, “o Coração Imaculado de Maria é profundamente inspirador para a humanidade frequentemente desorientada e perdida nas suas escolhas, nos caminhos de confrontos bélicos que põem irmãos contra irmãos, nos atentados à vida própria ou alheia, nas múltiplas injustiças perpetradas contra todos os mais frágeis.”

“Uma humanidade com coração de mãe”, referiu o bispo, “não pode permitir que haja alguém que chegue ao desespero diante das dificuldades, das doenças, da pobreza ou da solidão”. Pelo contrário, “cria as condições institucionais, pessoais e comunitárias, económicas e estruturais para que a ninguém falte o necessário para continuar a viver com sentido até ao fim dos seus dias”.

Por outro lado, “não desiste, pois uma sociedade que desiste de alguém ou que deixa de estar ao lado dos que estão à beira do desespero, é uma sociedade falida.”

“Uma humanidade com coração de mãe trabalha incansavelmente em favor da justiça, junta os irmãos para que dialoguem, se respeitem e encontrem os caminhos para a paz” e “está especialmente atenta aos mais débeis e mais expostos a toda a espécie de explorações”, porque “o baixar dos braços por parte de pessoas, instituições, nações, organizações mundiais nunca corresponde ao sentido materno do amor”, acentuou o bispo de Coimbra.

Uma Igreja aberta a todos

Também a Igreja tem de seguir o exemplo de Maria, defendeu D. Virgílio Antunes. “Tem de mudar os seus esquemas e planos inadequados, abrir as suas portas a todos indiscriminadamente, anunciar a Palavra do Evangelho sem complexos nem medos”, defendeu.

Na opinião do prelado, a Igreja “tem de estar ao lado de todos e cada um que sofre, que estão na pobreza, tristes e infelizes.”

Para o bispo de Coimbra, “aprendemos com a Virgem Maria que não há maiores e mais pequenos, mais dignos e menos dignos, os que mandam e os que obedecem e servem”, pois “todos são filhos, todos são irmãos, todos são servos, todos têm voz e lugar”.