Cadeias de supermercados negam concertação de preços
04-07-2020 - 18:22
 • Renascença com Lusa

Seis grupos de distribuição alimentar, incluindo o Modelo Continente, e dois fornecedores de sumos, vinhos e outras bebidas, foram acusados pela AdC de concertarem preços durante vários anos em prejuízo do consumidor.

Todos os grupos acusados de concertação de preços pela Autoridade da Concorrência (AdC) negam qualquer ilicitude.

A Sonae MC garante que vai analisar "com total rigor e firmeza" a acusação feita pela Autoridade da Concorrência ao Modelo Continente Hipermercados de concertar preços de venda ao público, prejudicando o consumidor.

"Lamentamos a forma como a Autoridade da Concorrência coloca de novo em causa o bom nome e a reputação da Sonae MC e da sociedade por si participada sem garantir previamente o direito de defesa, uma vez que a acusação representa apenas uma fase provisória, ainda sujeita ao exercício do direito de defesa das partes envolvidas", refere em comunicado a Sonae MC.

Segundo a nota da Sonae, "os termos das acusações serão analisados com total rigor e firmeza no sentido de, em momento e lugar próprio, serem utilizados todos os meios ao alcance, com vista à salvaguarda dos direitos, reputação, valores e integridade da Sonae MC e da sua participada".

"A Sonae MC está ciente das suas obrigações legais e reitera o seu compromisso de conduzir a sua atividade no estrito cumprimento da lei, concretamente no que concerne a regras em matéria de concorrência", refere ainda o grupo retalhista.

O Pingo Doce repudia a acusação da Autoridade da Concorrência (AdC) de concertar preços de venda ao público, prejudicando o consumidor, e disse que vai contestá-la.

"Perante a nota de ilicitude que nos chegou da AdC, o Pingo Doce repudia a acusação feita e vai contestá-la, não deixando de apresentar os seus argumentos num processo em que estamos seguros da nossa conduta e do nosso trabalho diário para levar até aos consumidores portugueses as melhores oportunidades de preço e promoções, e os maiores descontos", referiu a cadeia retalhista num comunicado enviado à Lusa.

"O Pingo Doce assume o compromisso público de oferecer a melhor qualidade aos melhores preços, com grande resiliência, mesmo nos momentos de crise, como o que vivemos atualmente. Os próprios clientes do Pingo Doce reconhecem este esforço consistente e a prova disso é que cerca de metade das nossas vendas totais é feita com produtos em promoção", referiu o grupo na sua resposta à acusação da AdC.

A Sogrape distribuição também nega a acusação da Autoridade da Concorrência e diz que "a nota de ilicitude" da AdC corresponde apenas a uma possibilidade de vir a ser condenada.

“A Sogrape Distribuição esclarece que a nota de ilicitude corresponde, nos termos da Lei, apenas a uma possibilidade razoável de vir a ser proferida uma decisão condenatória pela AdC, e salienta que apenas terá agora a primeira oportunidade de responder às alegações”, refere a empresa do Grupo em comunicado.

A Sogrape Distribuição, acrescenta a nota, "rejeita ter participado na contraordenação que a AdC lhe imputa, e confia que terá agora a oportunidade de clarificar a correta análise e interpretação dos factos”.

Igualmente, o grupo retalhista Auchan nega a acusação.

"Confirmamos que fomos notificados sobre o processo em questão, que está a ser analisado, sendo que iremos naturalmente apresentar a nossa contestação, pois as nossas práticas não configuram os atos imputados", afirma o grupo retalhista numa nota à Lusa.

O grupo acrescenta que, na Auchan "são assegurados internamente todos os processos de controlo" a fim de evitar qualquer tipo de prática semelhante à da concertação de preços.

O grupo retalhista Lidl rejeita a acusação da Autoridade da Concorrência (AdC) de concertar preços de venda ao público de bebidas e afirmou que vai analisar "com rigor" a notificação para se defender.

"O Lidl Portugal rejeita a acusação que lhe é feita, pois está ciente das suas obrigações legais e sempre pautou a sua atuação por um escrupuloso cumprimento das melhores práticas de concorrência, trabalhando com total transparência para oferecer a máxima qualidade ao melhor preço aos consumidores", refere o Lidl numa reação enviada à Lusa.

"O Lidl Portugal irá analisar com rigor os termos na notificação da Autoridade da Concorrência, exercendo o seu direito de defesa em local próprio, convicto que lhe será reconhecida a conformidade da sua conduta de acordo com as regras do mercado", acrescenta o texto.

Seis grupos de distribuição alimentar, incluindo o Modelo Continente, e dois fornecedores de sumos, vinhos e outras bebidas, foram acusados pela AdC de concertarem preços durante vários anos em prejuízo do consumidor.

A AdC anunciou este sábado em comunicado que, após investigação, "concluiu que existem indícios de que Modelo Continente, Pingo Doce e Auchan utilizaram o relacionamento comercial com os fornecedores Sumol+Compal e Sogrape para alinharem os preços de venda ao público (PVP) dos principais produtos daqueles, em prejuízo dos consumidores".

Nas bebidas não alcoólicas e sumos, a acusação da AdC visa também a cadeia de distribuição Lidl e, nas bebidas alcoólicas, abrange as cadeias Intermarché e E-Leclerc, referindo a autoridade que estes distribuidores representam "uma vasta" percentagem do mercado da distribuição em Portugal.