Mais uma igreja demolida na China
16-01-2018 - 14:27
 • Ângela Roque

É a terceira no espaço de um mês. Fundação AIS diz que os cristãos chineses receiam onda de perseguição religiosa sem precedentes.

O Governo chinês demoliu mais uma igreja na China. É a terceira no espaço de um mês.

A Igreja demolida há uma semana, dia 9 de Janeiro, era um grande templo evangélico, situada na cidade de Linfen, na província de Shanxi. Segundo divulgou esta terça-feira a fundação Ajuda à Igreja que Sofre, foram mobilizadas várias “dezenas de agentes da polícia antimotim” que rodearam o templo “impedindo, assim, qualquer acção de protesto por parte dos fiéis”. As autoridades “recorreram a cargas de dinamite e a retroescavadoras”.

Esta foi a terceira demolição de igrejas cristãs na China em menos de um mês, indica a AIS. Dois dias depois do Natal foi destruída uma igreja católica em Zhifang, e já no final de Dezembro foi demolida uma igreja protestante em Xianjiang, no noroeste do país. A comunidade cristã chinesa teme que estas demolições signifiquem “uma onda de perseguição e de ataque à liberdade religiosa sem precedentes nos tempos recentes”.

A acentuar este sentimento de insegurança está, ainda, a notícia do desaparecimento do padre Lu Danhua, ligado à chamada Igreja clandestina, fiel ao Vaticano mas não reconhecida pelo Governo. Segundo a AIS “desconhece-se o paradeiro deste sacerdote que pertence à diocese de Lishui, situada na província de Zhejiang, desde que as autoridades locais o convocaram poucos dias após o Natal”.

O padre Danhua foi ordenado pelo bispo Peter Shao Zhumin, que o Vaticano nomeou como coadjutor para a Diocese de Wenzhou, e que esteve em prisão domiciliária durante vários meses. O seu caso foi um dos denunciados no mais recente relatório sobre a perseguição aos cristãos no mundo (“Perseguidos e Esquecidos?”, 2017). O prelado terá sido, entretanto, libertado “depois de uma forte mobilização por parte dos fiéis da sua diocese, que convocaram mesmo uma jornada de oração e jejum pela sua libertação”, refere ainda a nota enviada à Renascença pela fundação AIS.