Muitas faltas, ou maus árbitros?
13-09-2021 - 08:38

Nos três desafios em que intervieram as principais equipas, Sporting-FCPorto, Santa Clara-Benfica, e Paços de Ferreira-Sporting de Braga, os árbitros que os dirigiram mostraram cento e dez vezes o cartão amarelo, repetimos 110 vezes.

A jornada deste fim-de-semana em que estivaram envolvidas as quatro principais equipas portuguesas, deixou à vista elevados motivos de preocupação, que obrigam a uma reflexão séria e urgente. O campeonato está no início, e há tempo bastante para que os responsáveis não passem ao lado de situações que colocam em perigo a seriedade da competição, e até a sua importância no contexto internacional.

Na retina ficaram sobretudo alguns números que não podem deixar de ser motivo para estudo e ponderação.

Nos três desafios em que intervieram as principais equipas, Sporting-FCPorto, Santa Clara-Benfica, e Paços de Ferreira-Sporting de Braga, os árbitros que os dirigiram mostraram cento e dez vezes o cartão amarelo, repetimos 110 vezes.

Por quarenta vezes no jogo de Alvalade, outras tantas no estádio de São Miguel em Ponta Delgada, e as restantes trinta na partida disputada na capital do móvel, dirigida, como se recorda, por um árbitro francês, o que significa que em média, estes jogos foram interrompidos em pouco mais de dois em dois minutos para a cobrança dessas faltas.

Apenas a título de curiosidade, é oportuno assinalar que no especial desafio em que Manchester United recebeu o Newcastle e marcou, no sábado, o regresso de Cristiano Ronaldo àquela cidade inglesa, foram registadas somente dez faltas durante os noventa minutos.

Há aqui diferenças que não podem ser subestimadas, sobretudo porque deixam uma nódoa bem visível na competitividade do futebol português, a que se junta também a falta de qualidade de muitos árbitros portugueses, quer actuem como juízes directos ou como responsáveis pelo VAR, não pondo igualmente de lado a responsabilidade dos jogadores.

Deixar fluir o jogo é uma regra sagrada para os árbitros ingleses de um modo geral, e igualmente para juízes de outras nacionalidades. Só assim se preserva a qualidade e, em consequência, se mantém em permanência o interesse do público, quer esteja a assistir ao vivo no estádio, ou tranquilamente distendido no sofá de sua casa.

Visto o jogo de um outro ângulo, há igualmente necessidade de rever critérios quanto a amostragem de cartões amarelos.

Por exemplo, com três cartões amarelos nos primeiros quatro minutos do jogo entre o Sporting e o FCPorto ficou desde logo à vista a possibilidade de o árbitro perder o controlo das operações, como de resto acabou por acontecer.

Se há responsáveis atentos, acreditamos que haja, é tempo de “meter as mãos na massa”

para evitar irreparáveis danos futuros, a todos os níveis.