Negócio das barragens não deve ter, para já, detidos ou arguidos
06-07-2021 - 14:02
 • Celso Paiva Sol com redação

Há 11 buscas em curso. Em causa está a venda por 2,2 mil milhões de euros de seis barragens da EDP na bacia hidrográfica do Douro ao consórcio francês Engie.

Não existem mandados de detenção nem sequer está previsto que hoje venham a ser constituídos arguidos.

A SIC Notícias avançou, esta terça-feira, a existência de buscas por parte do Ministério Público e da Autoridade Tributária ao Ministério do Ambiente, das Finanças, na EDP e em outras sociedades, no âmbito do processo que investiga a venda de seis barragens no Rio Douro a um consórcio liderado pela francesa Engie, por alegada fraude fiscal qualificada.

Em causa está a venda por 2,2 mil milhões de euros de seis barragens da EDP na bacia hidrográfica do Douro ((Miranda, Bemposta, Picote, Baixo Sabor e Foz-Tua) a um consórcio de investidores formados pela Engie, Crédit Agricole Assurances e Mirova, concluída em 17 de dezembro.

As 11 buscas em curso relacionadas com o inquérito à venda das sies barragens da EDP, têm como principal objetivo a recolha de prova, a apreensão de documentos que ajudem a perceber os contornos do negócio entre a EDP e o consórcio francês que adquiriu as barragens.

As buscas decorrem em Lisboa, Porto, Amadora e Mirando do Douro. O inspetores vão passar pela Agência Portuguesa do Ambiente, por escritórios de advogados, uma sociedade de contabilidade, sociedades ligadas ao sector hidroelétrico, e ainda nas barragens em causa.

De acordo com o comunicado entretanto emitido pelo DCIAP, estão crimes de fraude fiscal que, para além do Ministerio Publico, estão a ser investigados pela Autoridade Tributária.
EDP já confirmou ter sido alvo de buscas. “A EDP confirma que foi hoje alvo de uma operação de busca com a coadjuvação da Autoridade Tributária no âmbito da venda de um portefólio de seis barragens à Engie, por alegada fraude fiscal”, disse à Lusa fonte oficial da empresa.

A diretora-geral da Autoridade Tributária (AT), Helena Borges, afirmou, em 14 de abril, perante os deputados da Comissão do Orçamento e Finanças, que, independentemente da discussão pública, a AT teria sempre analisado a operação de venda de barragens pela EDP à Engie.