A errática política externa de Trump
09-10-2019 - 06:45

A política externa de Trump é uma sucessão de movimentos impulsivos. Agora a prioridade dessa política é ser reeleito em novembro de 2020.

As eleições presidenciais americanas realizam-se em novembro de 2020. Mas elas são já a prioridade de Trump.

Quando o presidente turco lhe telefonou, pedindo que os soldados americanos retirassem do Norte da Síria, pois ele iria iniciar um ataque militar aos curdos (que são todos terroristas para Erdogan), Trump concordou logo.

Só que levantou uma onda de indignação nos EUA, incluindo entre destacadas figuras do partido republicano. É que os curdos foram os mais valiosos combatentes contra o “Estado Islâmico”.

O senador republicano Lindsey Graham disse que abandonar os curdos seria uma mancha na honra da América e que iria propor a expulsão da Turquia da NATO. E o líder dos republicanos no Senado, Mitch McConnell, preveniu que uma retirada "precipitada" da Síria poderá beneficiar a Rússia, o Irão e o regime de Bashar al-Assad.

Com o processo da sua destituição (“impeachment) a decorrer, Trump não pode alienar os senadores republicanos, que deverão travar esse processo. Por isso, o presidente apressou-se a dizer que já ameaçara a Turquia de que não poderia passar certos limites no ataque aos curdos (quais limites?...). E que, afinal, só iriam sair alguns militares da Síria.

Assim anda a política externa americana. Não é tranquilizador.