2021
31-12-2020 - 08:54

Com todas as prevenções, penso que podemos ter esperança em que haverá uma recuperação económica significativa no próximo ano. Mas temos de deixar o péssimo hábito das políticas do “power point”.

Num contexto tão incerto como o atual, é ocioso tentar fazer previsões para 2021.

O que pode ter alguma utilidade é elencar alguns fatores que presumivelmente irão influenciar a evolução económica do próximo ano.

E nesse aspeto, com todas as prevenções, penso que podemos ter esperança em que haverá uma recuperação económica significativa. Por várias razões.

Em primeiro lugar, como é evidente, a generalização da vacinação quer no nosso País quer nos principais países de origem dos turistas que nos visitam irá ser um fator poderoso na redução dos efeitos negativos da pandemia, permitindo uma recuperação dos sectores de alojamento e da restauração e também do comércio.

Pela mesma razão, podemos esperar uma recuperação económica generalizada a nível mundial. Mas não só pela vacinação. A mudança de presidente nos EUA e o acordo obtido relativamente ao Brexit, eliminam dois fatores negativos para a recuperação económica.

Se temos razões para esperar um mais favorável ambiente económico, não podemos esquecer que por melhor que seja o enquadramento, ele não se traduzirá em resultados efetivos se a política económica não criar as condições necessárias para que os agentes económicos possam reagir positivamente às melhores condições que, espera-se, irão encontrar.

Para que a política económica possa estar à altura – e penso logo em primeiro lugar na aplicação dos financiamentos comunitários – temos que deixar o péssimo hábito que se tem gradualmente sedimentado na nossa vida política que é o das políticas do “power point”, ou seja, as “políticas” que se ficam pelos anúncios bombásticos como se estes fossem as políticas reais. Infelizmente mesmo na situação dramática criada pela pandemia, a política do “power point” teve os seus afloramentos em 2020.

Esperemos que não seja assim em 2021. A forma como irá definir e executar a política económica em 2021 constituirá um teste determinante para avaliar a capacidade governamental.