Foi
bom ter andado hoje p’lo meu bairro e ter procurado em todas as esquinas,
pequenos molhos de espigas, papoilas, oliveira para festejar a Ascensão.
Neste tempo de pós confinamento em que já podemos dar um saltinho ao café, foi uma alegria ter encontrado a Lisete que por trás da máscara me disse «Hoje vou cortar em quatro o pão do ano passado. Está seco, mas bonito e sem bolor». «vai ver e provar, que eu deixo-lhe aqui um pedacito». E rematou «pão que não se reparte, não é pão».
Senhor Jesus, dou-Te graças por esta festa de alegria, por estas primícias duma colheita de esperança no meio do nosso mundo cheio de dúvida e de dor.
Dou-Te graças porque, agora junto do Pai, não nos deixaste sós.
Dou-Te graças porque os anjos nos perguntam : «Porque estais a olhar para o céu?», quando podemos pedir ao Pai o pão da quotidiana subsistência.
E podemos reparti-lo.
Como me disse a Lisete no café.