Brexit. Deputados votam adiamento, mas Johnson recusa. “A lei não me obriga”
19-10-2019 - 14:54
 • Renascença com agências

Acordo alcançado na quinta-feira em Bruxelas está a ser discutido no Parlamento britânico. Primeiro-ministro não aceita adiar saída da União Europeia.

A maioria dos deputados britânicos (322) votou este sábado a favor da Emenda “Letwin”, que obriga ao adiamento do Brexit.

Na reação, Boris Johnson diz que não irá levar mais um adiamento a Bruxelas.

"Não negociarei um adiamento com a UE e a lei não me obriga a fazê-lo", declarou o primeiro-ministro.

"Direi aos nossos amigos e colegas da UE exatamente o que disse a todos nos últimos 88 dias que servi como primeiro-ministro: que mais um adiamento seria mau para este país, mais para a União Europeia e mau para a democracia”, defendeu perante os deputados.

A Emenda votada ao início da tarde toma o nome do ex-ministro conservador Oliver Letwin que, apoiado por Trabalhistas e Liberais Democratas, propunha uma alteração ao acordo que obriga Boris Johnson a pedir uma extensão do processo, mesmo que o acordo seja aprovado.

O objetivo é ganhar tempo necessário para que seja aprovada toda a legislação necessária, impedindo que o acordo, mesmo aprovado, seja implementado de forma lenta, originando uma saída sem acordo automática a 31 de outubro.

Em última instância, esta Emenda permite que o Reino Unido saia na mesma da UE a 31 de outubro, se tudo for célere.

O Parlamento votou a favor (322 contra 306) e agora o primeiro-ministro tem de transmitir à União Europeia que o país quer novo adiamento.

Johnson já garantiu que não o fará, mas o Governo decidiu retirar a proposta de votação, devendo apresentar na próxima semana a proposta de lei para regulamentar o acordo.

"Espero que mudem de ideias e apoiem este acordo em números esmagadores", afirmou o primeiro-ministro.

A Comissão Europeia já reagiu. Mina Andreeva, porta-voz do executivo comunitário, diz no Twitter que o Governo britânico terá de informar Bruxelas sobre os próximos passos o mais depressa possível.

Três anos depois de os britânicos terem votado em referendo pela saída da União Europeia (52% contra 48%), o processo de divórcio continua por fechar.