​O início da recuperação
09-10-2020 - 06:40

Os indicadores da evolução da nossa economia mostram alguma recuperação, embora ainda ténue.

Quando se fala de recuperação, convém esclarecer do que se trata: podemos estar a considerar uma recuperação da actividade económica de um mês relativamente ao mês anterior ou a recuperação da actividade económica de um mês relativamente ao mês homólogo do ano passado. Claro que o ideal é que possamos ter ambas as recuperações. E esperemos que assim vá suceder. Mas para já, tal como é normal suceder, estamos apenas no início da recuperação de um fortíssima crise e por isso o que detectamos é um recuperação em de Julho e Agosto relativamente a maio/junho, mas uma evolução ainda negativa entre julho/agosto do ano passado e julho/agosto deste ano - embora menos negativa do que foi a evolução referente a maio/junho.

Na chamada produção material (agricultura, indústria, construção civil) a recuperação é mais evidente tanto mais que alguns subsectores destes três grandes sectores pouco sofreram com a pandemia.

Já no que se refere aos sectores de serviços, a situação continua muito problemática embora o turismo de residentes durante o verão tenha tido alguma recuperação. Mas a hotelaria e restauração e grandes franjas do comércio continuam a ser muito afectados pela crise e a sua evolução relativamente ao ano passado mantém-se muito negativa.

De todos estes indicadores e do que se vai sabendo da pandemia no nosso país e nos outros pode concluir-se que a economia está em recuperação, embora ainda incipiente, que as medidas de apoio económico por parte do Estado estão a dar resultado, mas que a evolução da pandemia continua a ser um risco grande e pode pôr em cauda toda esta recuperação. Desta forma é óbvia a necessidade de ter um Orçamento de Estado para 2021 expansionista ao mesmo tempo que não se pode afrouxar no controlo da pandemia.