"O PSD tem de ser um partido de esperança, não o partido da espera"
18-10-2021 - 21:23
 • Renascença

O candidato à liderança do PSD promete unir o partido e critica Rui Rio por não o ter feito. Num cenário pós-eleições legislativas, o eurodeputado admitiu acordos e até coligações com o CDS e a Iniciativa Liberal, excluindo o Chega.

Paulo Rangel considerou esta segunda-feira, numa entrevista à TVI, que "o PSD tem de ser um partido de esperança, não o partido da espera".

O candidato à liderança social-democrata afirmou estar pronto para ir a eleições em 2023, ou mais cedo, se assim necessário.

"Se houver uma crise, temos de responder à crise. Com eleições marcadas para 4 de dezembro, aconteça o que acontecer, eu não só estaria preparado como o PSD não devia renunciar às suas responsabilidades", apontou.

"A estratégia de Rui Rio é de esperar que o Governo caia. O PSD é um partido de vocação marioritária. Se fizermos uma oposição dura e critícia e apresentarmos uma alternativa que dê esperança aos portugueses, conseguiremos lutar por uma maioria absoluta", acrescentou.

Num cenário pós-eleições, Paulo Rangel admitiu acordos e até coligações com o CDS e a Iniciativa Liberal, excluindo o Chega.

O eurodeputado apontou que o PSD "é oposição e, por isso, não tem de aprovar um mau Orçamento".

O candidato à liderança do PSD disse que o país "não perceberia" uma crise política, mas que o Partido Socialista "tem de negociar com os seus parceiros habituais", apontando culpas a Bloco de Esquerda e PCP.

Paulo Rangel afirmou ainda que o PSD não sai fragilizado se o OE2022 chumbar, mas sim se "travar um processo eleitoral interno normal", criticando a tentativa de Rui Rio adiar as eleições no partido.

O eurodeputado admitiu falar "frequentemente" com Passos Coelho, mas que não pode falar pelo antigo primeiro-ministro no que toca a apoios à sua candidatura.

"Não colocaria uma pessoa por quem tenho a maior das admirações na posição de parecer que ele tem algum interesse em me apoiar", explicou.

Paulo Rangel criticou Rui Rio por "não ter congregado" os apoiantes de Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz, no congresso de fevereiro de 2020.

"Eu não apoiei Rui Rio em 2017. Quando chegamos a 2019, Rui Rio entendeu renovar a sua liderança e fazer uma oposição mais firme e congregar o partido. Com base nesses argumentos, senti que merecia um voto de confiança. Depois, houve um caminho de divergência, mas essa divergência já existia", acrescentou.

O candidato à liderança do PSD pensa ter "todas as condições para agregar as diferentes visões do PSD".

"A partir de 2020, isso não aconteceu", disse ainda.