Bispo de Vila Real apela à solidariedade com os mais vulneráveis
23-01-2021 - 15:38
 • Olímpia Mairos

D. António Augusto espera que a “solidariedade de pessoas e comunidades se multiplique e não deixe ninguém esquecido”, alertando que na diocese “serão cada vez mais as pessoas e famílias que vão precisar de ajuda material ou de outro tipo”.

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O bispo de Vila Real, D. António Augusto Azevedo, apela a todos os diocesanos a um renovado esforço no cumprimento das normas que visam ultrapassar a pandemia de Covid-19.

“Este é um momento grave que requer comportamentos responsáveis e respeitadores do bem comum”, afirma D. António Augusto Azevedo, lembrando que, para quem é cristão, “o amor ao próximo tem hoje tradução concreta no acautelar e zelar pela saúde do outro”.

“E a defesa coerente da cultura da vida significa tudo fazer para evitar pôr em risco a vida de cada um”, explica o bispo de Vila Real, na nota pastoral aos cristãos da diocese.

D. António Augusto entende que neste tempo difícil de crise sanitária é necessário “despertar as consciências para a necessidade de uma especial atenção aos mais vulneráveis, aos que estão sós, aos mais idosos, às famílias mais carenciadas”.

“Na nossa região serão cada vez mais as pessoas e famílias que vão precisar de ajuda material ou de outro tipo”, alerta D. António Augusto, pedindo que “a solidariedade de pessoas e comunidades se multiplique e não deixe ninguém esquecido”.

Na nota pastoral, o bispo diocesano assinala que “suspender durante este período a celebração pública da eucaristia é uma decisão que a gravidade da situação aconselha, embora nos entristeça” e aconselha os cristãos a acompanharem a eucaristia dominical por outros meios e a investirem em outras formas de oração e da leitura da Palavra de Deus.

Em relação às exéquias dos defuntos, no atual contexto pandémico, D. António Augusto sugere que se faça uma breve celebração da palavra na igreja, com exceção dos casos de Covid-19 que obedecem a normas próprias.

“Sejam realizadas com um número limitado de pessoas, dando prioridade à família. Da mesma forma, os velórios sejam reduzidos, respeitando as regras de distanciamento e evitando a aglomeração de pessoas”, apela o prelado.

Na Diocese de Vila Real devem ser suspensas ou adiadas as atividades pastorais das paróquias, eventos de grupos, movimentos ou instituições eclesiais que impliquem deslocação ou ajuntamento de pessoas. "Sempre que possível", indica o prelado, "sejam feitos on-line".

O bispo de Vila Real na sua nota pastoral dirige também uma “palavra de ânimo a todas as pessoas que estão doentes com a Covid ou outra doença” e uma “mensagem de incentivo e encorajamento a todos os cuidadores, aos profissionais de saúde, a todos aqueles e aquelas que nos lares ou em casa cuidam dos mais frágeis; uma palavra de conforto e condolências às famílias que perderam algum ente querido”.

"O mais importante é salvar vidas e cuidar das pessoas"

D. António Augusto exorta ainda todos os cristãos a viverem "esta provação com espírito de fé".

“Este é um momento duro em que somos confrontados com as nossas vulnerabilidades. Mas este desafio será mais difícil de vencer, se cedermos ao sectarismo, ao egoísmo ou à indiferença”, alerta D. António Augusto, reforçando que “nesta hora da verdade o mais importante é salvar vidas e cuidar das pessoas”.

“Vamos precisar de coragem, resiliência e responsabilidade”, nota o responsável pela diocese transmontana, acrescentando que “é imperioso, mais do que nunca, que estejamos unidos, com a consciência de somos irmãos que estão no mesmo barco e precisam uns dos outros”.

“Acreditamos que Deus está connosco no meio desta tempestade e essa fé nos enche de paz. Com Ele temos a esperança firme de que chegaremos a bom porto”, reforça.

O bispo da Diocese de Vila Real conclui a nota pastoral invocando a “intercessão de São José, homem justo e crente que, com discrição e uma fé forte, soube proteger Jesus e Maria nos momentos mais difíceis da vida da família de Nazaré”, implorando a “proteção maternal de Maria, Senhora da Conceição e nossa padroeira”.

“Que Deus abençoe a todos com saúde e paz”, deseja D. António Augusto.