Rangel, em duas rodas, fala em "campanha picadinha"
13-05-2019 - 19:28
 • Hugo Monteiro

No primeiro dia oficial da campanha eleitoral às europeias, Paulo Rangel dedicou o dia ao tema da defesa do ambiente e do combate às alterações climáticas.

Volta a Portugal que se preze, faz-se em duas rodas. No primeiro dia de campanha pelo país, Paulo Rangel aceitou o desafio e o incentivo do staff que o acompanha, subiu a uma bicicleta e pedalou ao longo do Esteiro de Salreu, na Ria de Aveiro. Um dos percursos do Centro de Interpretação Ambiental Bioria. Alguns quilómetros em pelotão, com o cabeça de lista… à cabeça.

Mas o tiro de partida tinha sido dado ao início da manhã e por Luís Montenegro. Natural da cidade, aproveitou um palco tradicional destas campanhas - a feira de Espinho – para quebrar o silêncio que mantinha há 4 meses, depois de ter desafiado Rui Rio, com vista à liderança do PSD.

Montenegro enterrou o machado de guerra, disse que Rangel é o candidato mais capaz nestas Europeias, acusou PS, Bloco de Esquerda e PCP de estarem na base da degradação dos serviços públicos e garantiu que, se fosse Rui Rio o candidato, estaria ali na mesma. Aliás, espera mesmo estar ao lado do líder do PSD na campanha para as legislativas. Momento certo para mostrar o cartão vermelho ao Governo, porque, por enquanto, basta o cartão amarelo.

Cortegaça parecia a Indonésia

Depois da Ria, o mar. Paulo Rangel esteve, durante a tarde, na Praia de Cortegaça. Ouviu, do presidente da Câmara de Ovar, Salvador Malheiro, as explicações para o areal estar cada vez mais pequeno. O autarca revelou os esforços que estão a ser feitos para combater o fenómeno, antes do cabeça de lista do PSD usar da língua inglesa para falar com alunos de uma escola de surf – a Oporto Surf Camp.

O professor, Jonathan Dias, nasceu na Venezuela e aproveitou para agradecer a Rangel as palavras sobre aquele país. O candidato quis perceber as vantagens da “economia do surf” e da “economia azul” e terminou com uma pergunta: “o mar está ‘flat’?”

Jonathan contrapôs: “Parece a Indonésia! Os alunos estão maravilhados”.

Estava dado o mote para Rangel comparar o atual estado da campanha eleitoral com o estado do mar. “Nós estamos numa campanha picadinha. Ela ainda não está com umas ondas dignas de uma sinfonia de Beethoven, ou da Carmina Burana, que é normalmente ilustrada com o mar… Mas isso será mais para a frente. Mas já temos uma campanha picadinha”.

E não terminou sem “picar”o cabeça de lista socialista, depois de Pedro Marques ter dito que Rangel não tinha empatia com o povo. “Todo o ser humano tem direito à irritação e Pedro Marques também”, respondeu, de pés na areia e olhar no mar. Numa campanha ao ar livre, contra uma campanha socialista, que diz ser “de espaços fechados”