Patrões avaliam caso da Caixa como "desastroso"
14-11-2016 - 12:10
 • Pedro Mesquita

Presidente da Confederação Empresarial de Portugal alerta que o arrastar do problema está a prejudicar as empresas e a economia do país.

O presidente da CIP - Confederação Empresarial de Portugal classifica de "desastrosa" a condução do processo da Caixa Geral de Depósitos, após a nomeação da administração liderada por António Domingues.

"O dossier Caixa foi gerido desastrosamente, desde a nomeação da administração", afirma em entrevista à Renascença.

António Saraiva alude a "episódios caricatos" que levam a que, na prática, o maior banco português esteja sem gestão efectiva: "O único banco público e o principal banco português está sem uma gestão no terreno, embora em plenas funções, e ainda estarmos a assistir a estes episódios - entrega, ou não entrega, demite-se ou não se demite. Enfim, tudo isto é caricato, não foi gerido, na nossa opinião, da melhor forma."

"Há uma administração que não está em plenas funções com tudo o que isso implica na cadeia de decisão da própria Caixa", reforça.

O presidente da CIP lembra que esta situação implica prejuízos para as empresas e para a economia, porque "há projectos de investimento, há reestruturações de dívidas, há novos contratos, enfim há um conjunto de actividades no relacionamento das empresas com a Caixa Geral de Depósitos que têm registado alguma morosidade na decisão".

"A nossa preocupação é a fragilidade do sistema financeiro português, porque são os bancos o principal financiador, ainda, da actividade das empresas em Portugal e das actividades económicas."

"Alguma solução vai existir, seguramente, e a administração da Caixa tomará a posição que entender, de acordo com o que lhe foi prometido. Para nós, o que é importante é que haja uma administração em plenas funções. O Importante é que a Caixa Geral de Depósitos esteja actuante e não paralisada no seu dia-a-dia", remata o presidente da CIP.

Quinta-feira pode ser o “dia D” da nova administração da Caixa Geral de Depósitos liderada por António Domingues. Está marcada para esse dia uma reunião do Conselho de Administração do banco público e um dos pontos da agenda será, inevitavelmente, a questão da obrigatoriedade de entregar a declaração de rendimentos e património no Tribunal Constitucional (TC).