Incêndio no porto de Beirute controlado mas pode ter sido “sabotagem” ou “acidente”
10-09-2020 - 20:26
 • Lusa

Chamas deflagraram longe do epicentro da explosão de 4 de agosto.

O incêndio que deflagrou esta quarta-feira no porto de Beirute pode ter sido causado por um ato de "sabotagem, erro técnico ou negligência", afirmou o Presidente libanês, Michel Aoun, sobre o fogo que as autoridades dizem estar "sob controlo"

“O incêndio de hoje pode ser um ato de sabotagem intencional ou resultado de um erro técnico ou negligência. Em qualquer caso, a causa deve ser conhecida o mais rapidamente possível e os responsáveis devem ser responsabilizados”, afirmou Aoun, segundo o Twitter da presidência.

Ainda antes das palavras do Presidente, o ministro interino das Obras Públicas tinha dito à Agência Nacional de Notícias do Líbano que o incêndio está “sob controlo”, embora continue ativo cinco horas depois de ter começado.

“O incêndio no porto está sob controlo e vai ser feita uma investigação depois de extinto”, disse Najjar.

O incêndio começou num armazém “longe do Hangar 12”, onde deflagrou o outro incêndio que deu origem a duas grandes explosões, a 4 de agosto, que devastaram grande parte de Beirute e provocaram 191 mortos e mais de 6.500 feridos.

O incêndio desta tarde, segundo o diretor-geral da Defesa Civil libanesa, Raymond Khattar, em declarações à agência espanhola Efe, “teve origem perto do lugar das explosões, em hangares que já tinham sido afetados” pelo desastre de 04 de agosto, num local em que havia pneus e azeite.

A Cruz Vermelha indicou que o incêndio afetou um dos seus armazéns que continha ajuda alimentar e teme que o mesmo possa provocar uma interrupção nas operações humanitárias.

“A nossa operação humanitária corre o risco de ser seriamente perturbada”, afirmou o diretor regional do Comité Internacional da Cruz Vermelha para o Médio Oriente, Fabrizio Carboni.

Uma fonte militar, que pediu anonimato, garantiu à Efe que “dois incêndios, separados um do outro” tiveram origem no porto e, segundo as primeiras indicações, “não ocorreram por causas naturais”.

Este é o segundo incêndio registado no porto em dois dias, depois de no dia 08 de setembro os bombeiros terem apagado um outro fogo originado entre os escombros misturados com restos de lixo, madeira e pneus, segundo um comunicado do Exército.