O que nos pode acontecer em 60 dias?
07-11-2019 - 06:03
 • André Rodrigues , Paulo Teixeira (sonorização)

Dois meses são oito semanas, mais coisa menos coisa. Quanta coisa pode ser feita e… adiada.

Quando dá por si, é capaz de passar dois, quatro ou mais meses a adiar aquele café com os colegas da faculdade que já não vê há anos, mas depois há sempre qualquer coisa que o impede de ir.

60 dias… tão pouco tempo. Mas podem ser verdadeiramente alucinantes. No meu caso, em 60 dias, perdi dois gramas de menisco numa mesa de operações, mas ganhei um filho saudável que nasceu com cerca de três quilos.

No deve e no haver, em 60 dias, os ganhos foram muito maiores do que o prejuízo. Até na balança – se bem que os quatro quilos ganhos não me deixem lá muito confortável.

É o que dá viver a frescura dos 40. O seu corpo fala consigo e diz-lhe para ter juízo.

Sabia que o joelho permite movimentos em sete eixos? E que os meniscos – tão maltratados que eles são – ajudam a estabilizar, a amortecer e a distribuir a carga pelos joelhos? É verdade. Coisas em que só pensamos quando eles nos falham.

Um estudo da Sociedade Norte-Americana de Radiologia analisou as ressonâncias magnéticas de 355 pacientes de joelho ao longo de cinco anos: 31 foram operados por lesão no menisco, 280 apresentavam lesão no menisco, mas não foram operados, e os restantes não tinham lesão.

Nos três grupos, os cientistas analisaram os riscos de desenvolvimento de artrose e de perda de cartilagem e concluíram que todos os 31 joelhos operados desenvolveram osteartrite em até um ano, comparados com os 165 joelhos que não foram ao bloco operatório.

A solução pode estar no ginásio. E, se por cada 10 novos inscritos, seis desistem no espaço de um ano, espero poder voltar aqui para lhe dizer que contrariei a estatística. E, já agora, que o ponteiro da balança andou quatro quilos para a esquerda.