Aves envelhecem mais rápido na cidade do que no campo
21-03-2018 - 16:42

Poluição, parasitas e stress são alguns fatores negativos apontados por um estudo espanhol.

As aves das cidades envelhecem mais cedo do que as de espaços naturais, conclui um estudo do instituto de investigação espanhol Conselho Superior de Pesquisa Científica (CSIC).

Segundo o estudo, publicado na revista "Biology Letters", as aves das cidades são afetadas por poluição, parasitas e stress, que provocam uma degradação dos telómeros - as terminações dos cromossomas que protegem a informação genética e que ficam mais curtas com o envelhecimento.

Jordi Figuerola, investigador do CSIC da Estação Biológica de Doñana, explica que "os telómeros das aves capturadas nas cidades foram mais curtos, o que sugere que o estado de saúde é afetado pelo ambiente urbano".

Figuerola diz que "embora o melro seja uma espécie capaz de se adaptar a grandes centros populacionais e esteja presente nos jardins de todas as cidades, a sua saúde é pior do que a dos que vivem em áreas menos afetadas pelas atividades humanas".

Os investigadores recolheram amostras de sangue de melros capturados em Sevilha, Granada, Madrid, Dijon (França) e Turku (Finlândia) e em áreas naturais próximas dessas cidades para medir o comprimento dos telómeros.

O investigador da Universidade de Groningen, Juan Diego Ibáñez Álamo, que colaborou no estudo, adianta que o facto de estas aves preferirem viver em ambientes urbanos "sugere que as vantagens de serem mais predadores do que presas ou a maior abundância de alimentos compensam o efeito negativo sobre a saúde".

Os cientistas apontam para a necessidade de estudos adicionais para aprofundar os mecanismos que influenciam a diferença de qualidade de vida dos seres vivos que vivem em ambientes urbanos e naturais.