No próximo ano, a receita deverá aumentar duas vezes mais do que a despesa
06-09-2024 - 16:10
 • Sandra Afonso

O governo já enviou ao Parlamento o Quadro de Despesa Plurianual, que autoriza todos os ministérios a gastarem mais, à exceção das Infraestruturas e Habitação, o único com cortes.

Estão entregues os números do governo para a despesa e receita em 2025, que o PS exigia conhecer, como condição para negociar o próximo Orçamento do Estado.

Segundo o Quadro de Despesa Plurianual a que a Renascença teve acesso, são reforçadas sobretudo as áreas da juventude, administração interna, agricultura, trabalho, segurança social e saúde.

A despesa sobe quase 11%, sem a gestão da dívida, e a receita aumenta mais de 21%. Ou seja, o executivo de Luís Montenegro propõe para 2025 um aumento da despesa em quase 11%, mas estes valores ainda não incluem a gestão da dívida. Já a receita deverá aumentar mais de 21%, quase 20% através de impostos, o restante virá de fundos europeus e outras fontes.

No total, a despesa da Administração Central, com gestão da dívida e Segurança Social, deverá subir 19,3%, para 425.9 mil milhões de euros. Só na Administração Central, o Governo quer gastar mais 4,1%, face a este ano — são cerca de 161 milhões de euros.

Em percentagem, o Ministério da Juventude e Modernização destaca-se, com um aumento de quase 65% das verbas. A pasta da Administração Interna, onde foram negociadas várias valorizações salariais, recebe um reforço de 12%, e o orçamento da Agricultura sobe quase 10%

Por valor, a maior fatia continua a caber à Saúde, que recebe um aumento de 3,5% e fica autorizada a gastar até 43.8 milhões. Segue-se o Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, onde o limite da despesa aumenta 6%, para quase 35 milhões de euros.

Maria Palma Ramalho, ministrado Trabalho, terá de incluir nas contas do próximo ano as progressões já aprovadas, assim como os aumentos salariais previstos e a atualização das pensões.

Em contraciclo com os restantes ministérios, as Infraestruturas e Habitação recebem menos dinheiro. É a única pasta que vê a despesa diminuir, e o ministro Pinto Luz tem um corte de mais de 4%.

Destaque ainda para a despesa com a dívida pública, que deverá aumentar quase 33%, para mais de 183 milhões de euros.