O secretário-geral da ONU apelou ao fim da "violência chocante" e do "derramamento de sangue" na Faixa de Gaza e no Líbano, dois dias antes do primeiro aniversário do ataque que desencadeou o conflito.
As hostilidades na região do Médio Oriente eclodiram depois de o movimento islamita palestiniano Hamas ter atacado Israel, a 07 de outubro de 2023, causando cerca de 1.200 mortos e 251 reféns, segundo as autoridades israelitas.
"Este dia é uma oportunidade para a comunidade internacional condenar mais uma vez em voz alta os atos abomináveis ??do Hamas, incluindo a tomada de reféns", disse António Guterres, num comunicado.
Guterres exigiu a "libertação imediata e incondicional" dos reféns, ao mesmo tempo que apelou ao Hamas que "permitisse que o Comité Internacional da Cruz Vermelha visitasse estes reféns".
Das pessoas raptadas durante o ataque de sete de outubro, 97 continuam reféns na Faixa de Gaza, incluindo 64 presumivelmente vivas e 33 mortas.
"Desde sete de outubro, foi desencadeada uma onda de violência chocante e derramamento de sangue", disse Guterres. "É tempo de libertar os reféns (...) É tempo de silenciar as armas. É tempo de acabar com o sofrimento que tomou conta da região", acrescentou.
Também no Líbano as forças israelitas intensificaram os ataques contra o movimento xiita Hezbollah nas últimas semanas, com bombardeamentos quase constantes, incluindo na capital Beirute.
O governo libanês estima que cerca de duas mil pessoas tenham sido mortas e 1,2 milhões deslocadas.
"A guerra que se seguiu aos terríveis ataques de há um ano ainda está a destruir vidas e a infligir profundo sofrimento humano aos palestinianos em Gaza e, hoje, ao povo libanês", disse Guterres.
O ministério da Saúde do Governo do Hamas, no poder na Faixa de Gaza, anunciou no sábado um novo balanço de quase 42 mil mortos no território palestiniano desde o início da guerra com Israel, há quase um ano.
Guterres reiterou o compromisso da ONU em alcançar "uma solução duradoura para o conflito em que Israel, a Palestina e todos os outros países da região possam finalmente viver em paz, dignidade e respeito mútuo".
Na quarta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, declarou o português 'persona non grata' por Guterres alegadamente não ter condenado o ataque do Irão, aliado do Hezbollah e do Hamas, a Israel na noite de terça-feira.
"Qualquer pessoa que não possa condenar inequivocamente o ataque hediondo do Irão a Israel não merece pôr os pés em solo israelita. Estamos a lidar com um secretário-geral anti-Israel, que apoia terroristas, violadores e assassinos", disse Katz.
Na terça-feira, Guterres condenou o alargamento do conflito no Médio Oriente "com escalada após escalada" e apelou a um cessar-fogo imediato após o Irão atacar Israel com mísseis.