Basílica Real de Castro Verde vai ser requalificada
24-06-2019 - 17:04
 • Rosário Silva

“Não podemos estar nem tranquilos, nem contentes com o estado atual da Basílica, e o nosso objetivo é que o templo reabra ao culto e à visita normal de turistas”, diz o presidente da câmara de Castro Verde.

A Basílica Real de Castro Verde vai ser requalificada numa intervenção a desenvolver em duas fases, e um investimento superior a 446 mil euros.

O contrato-programa para a primeira fase e o acordo de colaboração para a segunda fase, são assinados esta sexta-feira, dia 28, depois de um longo percurso, mais de uma década, de avanços e recuos, na procura de uma solução para resolver os problemas estruturais na igreja, agravados pelas condições climáticas.

“A Basílica tem um estado de degradação bastante avançado, e o que fizemos nos últimos meses, foi unir vontades para chegarmos aqui”, refere à Renascença, o presidente da câmara municipal de Castro Verde que coordenou as negociações com as diversas entidades envolvidas neste processo de requalificação.

A primeira fase prevê a limpeza manual do telhado, o arranjo de portas e janelas e a pintura total do monumento, num “investimento que ascenderá a 65 mil euros”, revela António José Brito.

A segunda fase, no âmbito da articulação entre o município, a paróquia de Castro verde, a diocese de Beja e a Direção Regional de Cultura do Alentejo, foi elaborada e submetida a fundos comunitários uma candidatura para a qual “temos boas expectativas de que seja aprovada, num investimento na ordem dos 380 mil euros”, acrescenta o autarca. Uma intervenção de conservação e restauro do teto pintado em madeira da Basílica Real, é o objeto desta candidatura.

António José Brito alude à abertura verificada pelas várias entidades interessadas na recuperação deste edifício, imóvel de interesse publico desde 1993, e destaca, também, a disponibilidade da “empresa mineira Somincor”, que ao abrigo da Lei do Mecenato “aceitou a proposta do município para apoiar o projeto.”

O presidente do município sublinha, ainda, a importância desta intervenção “no monumento mais importante de Castro Verde”, e espera que as obras relativas à primeira fase, estejam concluídas “até ao final do ano.”

“Não podemos estar nem tranquilos, nem contentes com o estado atual da Basílica, e o nosso objetivo é que o templo reabra ao culto e à visita normal de turistas”, acrescenta o autarca de Castro Verde.

Construída em 1573 por D. Sebastião, viria a receber do rei, D. João V, em 1735, o estatuto de Basílica Real. O templo, que marca o núcleo urbano da vila, têm nas suas paredes milhares de azulejos do século XVIII que retratam a Batalha de Ourique, sendo também uma homenagem à vitória do primeiro rei de Portugal – D. Afonso Henriques – sobre os cinco reis Mouros, em 1139.

O estado de degradação a que chegou, levou à suspensão do culto, em 2018. Permanece, contudo, aberto à fruição do publico, o Tesouro da Basílica, um núcleo museológico de arte sacra, onde se podem apreciar algumas das alfaias religiosas mais importantes do concelho, com especial destaque para a Cabeça-Relicário de São Fabião (Casével) e a Custódia da própria Basílica.