Rio considera que CNE já "deu razão" ao PSD e pede sanção nas urnas ao PS
17-09-2021 - 14:17
 • Lusa

Em causa estão críticas dirigidas ao PS sobre fazer campanha eleitoral aludindo a medidas que cabem ao Governo.

O presidente do PSD considerou esta sexta-feira que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) já "deu razão" ao partido sobre as queixas de falta de neutralidade do Governo na campanha, e não pretende apresentar uma queixa formal.

Questionado à margem de uma ação de campanha em Setúbal, Rio considerou que o importante "é que o eleitorado perceba que o primeiro-ministro usa a sua função para prometer em cada canto e em cada esquina milhões aqui e milhões acolá".

"Não vale a pena fazer a queixa, está feita, a CNE na prática já disse que temos razão, agora o que quero é que os eleitores castiguem e digam aos políticos que não vale a pena andarem a prometer o que não vão cumprir", defendeu, considerando que "o expoente máximo" desta forma de fazer política foi o anúncio da nova maternidade para Coimbra.

Rio admitiu que esta atitude do PS e do Governo pode indicar algum "desespero de causa": "Talvez tenham indicadores que isto não vai correr exatamente como pretendiam".

"Se os portugueses querem ser consequentes com as críticas aos políticos que prometem e não cumprem, aqui têm uma oportunidade de explicar ao dr. António Costa que, sendo um político tão experimentado, ainda não aprendeu essa parte: não se pode, ou melhor, não se deve enganar assim as pessoas", apelou.

Em declarações ao programa em Nome da Lei da Renascença, o porta-voz da CNE, João Machado, admite que as inaugurações e promessas que o primeiro-ministro anda a fazer pelo país podem pôr em causa os deveres de imparcialidade e isenção a que estão obrigados todos os órgãos do Estado e da Administração Pública, desde o dia de publicação da data das eleições autárquicas, 8 de julho.

O porta-voz da Comissão Nacional de Eleições revela, no entanto, que, “até agora, a CNE não recebeu qualquer participação”. Pelo contrário, as queixas contra órgãos do poder autárquico já vão em 553, para um total de 730 participações.


João Machado admite que “a CNE apenas age quando recebe queixas, porque não tem meios para investigar autonomamente”.

Em Setúbal, com o candidato à Câmara Fernando Negrão, Rio fez a primeira de três "arruadas" do dia, seguindo-se paragens em Sintra e em Leiria.

Com mais de cem pessoas à volta, a caravana visitou lojas de comércio local de uma rua estreita do centro da cidade e, numa esplanada, o presidente do PSD recebeu um voto de confiança. "Espero grandes coisas de si, não me desiluda", pediu uma senhora.

Mais à frente, e pela terceira vez nesta campanha, Rio teve oportunidade de praticar o seu alemão e, numa loja de chocolates, tentou convencer uma potencial votante na Afd a mudar o seu voto no próximo dia 26 de setembro, apesar de considerar este partido de extrema-direita "mais civilizado" do que os de cá.

A música acompanhou a comitiva, com gritos, de "PSD, PSD, PSD", mas com o hino da campanha do deputado e vice da Assembleia da República.

"Fernando Negrão é um presidente de competência e união, ele tem alma, tem coração, vota em Fernando Negrão", ouvia-se a partir de uma coluna portátil transportada por uma das apoiantes.

No próximo dia 26, Negrão terá como adversários André Martins (CDU), Fernando José (PS), Pedro Conceição (CDS-PP), Fernando Pinho (BE), Paula Esteves da Costa (PAN), Carlos Cardoso (IL), Luís Maurício (Chega), Carina de Deus (RIR/PDR) e Fidélio Guerreiro (Nós, Cidadãos!/PPM).

A CDU, coligação que junta PCP e PEV, governa com um total de sete eleitos, liderados por Maria das Dores Meira, que está prestes a terminar o terceiro e último mandato em Setúbal, e que este ano é cabeça de lista da CDU à Câmara de Almada.

O PS é atualmente a segunda força política do concelho de Setúbal, com três vereadores, e o PSD tem um.