A líder do CDS, Assunção Cristas, fez um ataque cerrado à esquerda no encerramento da Escola do Quadros da Juventude Popular, que decorreu este domingo, num hotel da praia da Consolação, concelho de Peniche.
Assunção Cristas acusa o Governo de, para satisfazer os partidos que o apoiam, estar a fazer um ataque à classe média e a prejudicar o país, e anunciou que vai propor a criação de um crédito fiscal para empresas.
Criticou a reversão de medidas do anterior Governo e fez questão de lembrar os episódios da demissão de João Soares e dos secretários de Estado que foram a Paris a convite da Galp.
“Ministros que ameaçam com bofetadas ou secretários de Estado que vão ver jogos de futebol em viagens pagas por empresas privadas com contencioso com o Estado agora são meros detalhes. Os campões dos pedidos de demissão, aqueles que nós conhecíamos que por dá cá aquela palha pediam a cabeça deste ou daquele, agora estão absolutamente caladinhos, eu diria com medo que alguém venha interromper esta festança das esquerdas”, afirmou a líder do CDS, referindo-se sobretudo ao PCP e ao Bloco de Esquerda, partidos que não pediram a demissão de nenhum dos governantes em causa.
Assunção Cristas começou o discurso por lamentar que Portugal viva há décadas um ciclo de crises permanentes. “Saímos de uma crise e pouco depois entramos noutra”, disse a ex-ministra da Agricultura, lamentando que cada ciclo esqueça as lições do ciclo anterior e criticando a reversão de medidas levadas a cabo pelo actual Governo.
“Temos de dar o salto de crescimento que permita que o país saia de ciclos permanentes de crise”, continuou Assunção, para quem o que está a acontecer agora é, precisamente, o contrário porque, disse, o Governo está a usar receitas do passado.
Para a líder do CDS, que discursou perante cerca de 130 jovens, um Governo que desconfia do investimento privado, que desconfia das empresas, que decide em nome “da ideologia ultrapassada da extrema-esquerda” não pode ter sucesso.
“Tem carro? É rico! Tem casa própria, é rico!...A classe média que não se iluda: quando a esquerda unida vier dizer que só quer tributar os ricos, é ao bolso da classe média que vai buscar dinheiro”, avisou a presidente do CDS, que anunciou algumas medida que o CDS vai propor na próxima sessão legislativa.
“Vamos propor um crédito fiscal reforçado para o investimento que permita reduzir a taxa efectiva de IRC para cerca de 5,5% para as empresas que fizerem investimento produtivo”, anunciou a presidente do CDS, que também prepara propostas sobre educação, saúde e segurança social. Tudo áreas que que Assunção Cristas promete uma aposta em “mudanças sensatas”.