António Costa: Eleição de Ferro mostra que esta "legislatura vai ser de mudança"
23-10-2015 - 16:24

Líder do PS saúda escolha do novo presidente do Parlamento e critica Cavaco.

O secretário-geral do PS considerou esta sexta-feira que a eleição do socialista Ferro Rodrigues para presidente da Assembleia da República traduz de forma inequívoca a vontade maioritária dos portugueses a favor de uma nova legislatura de mudança.

António Costa falava em plenário após o primeiro discurso de Eduardo Ferro Rodrigues como presidente eleito da Assembleia da República, numa alusão ao facto de a candidatura do socialista a este cargo ter obtido 120 votos num total de 230, presumindo-se assim que tenha contado com os votos de deputados do Bloco de Esquerda, PCP, e "Os Verdes", além da bancada do PS.

"A Assembleia da República expressou de um modo inequívoco a maioria da vontade do conjunto dos portugueses no sentido de que a XIII Legislatura seja marcada desde o início pela mudança e pela construção de um novo estádio da democracia. O início de funções da Assembleia da República expressa bem como a representação dos portugueses se expressa na pluralidade do arco da representação democrática", afirmou o secretário-geral do PS.

Numa nota crítica em relação à comunicação ao país proferida na quinta-feira à noite pelo Presidente da República, Cavaco Silva, o líder socialista considerou que é esse mesmo "arco da representação democrática que dá a todos e a cada um dos deputados, a todos e a cada um dos grupos parlamentares a mesma dignidade, o mesmo estatuto e a mesma representação da vontade dos portugueses".

O socialista Ferro Rodrigues é o novo presidente da Assembleia da República, deixando para trás o candidato indicado pelos partidos da coligação PSD/CDS, o social-democrata Fernando Negrão. Ferro Rodrigues arrecadou 120 votos e Fernando Negrão 108. Participaram nesta votação os 230 deputados em funções. Houve dois votos brancos.

A eleição de Ferro foi recebida com palmas pelas bancadas da esquerda e aplaudida de pé pelos deputados do PS, com os grupos parlamentares do PSD e do CDS-PP em silêncio.