Morte de bombeiro na Lousã. “Houve um momento em que a equipa se desfez”
12-07-2020 - 08:28
 • Manuela Pires , Inês Rocha

Responsável da Proteção Civil aponta um momento-chave, que pode ter levado à morte deste bombeiro.

As circunstâncias da morte de um bombeiro no combate a um incêndio na Lousã, esta noite, ainda estão por apurar.

À Renascença, o tenente-coronel Sérgio Trindade, da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) aponta um momento-chave, que pode ter levado à morte deste bombeiro.

“Houve um momento em que a equipa se desfez e tiveram de ir novamente ao encontro destes elementos. Ele não ficou desaparecido, foi o momento, a situação que se desenvolveu, houve menor ligação entre quem estava no terreno”, revela o tenente-coronel.

No entanto, a Proteção Civil diz ainda estar a estudar as circunstâncias da morte deste bombeiro.

“O elemento que acabou por falecer fazia parte de uma equipa de cinco bombeiros, da equipa de Miranda do Corvo, que se viram envolvidos numa situação que ainda estamos a avaliar como foi”, afirma o responsável da ANPC.

O fogo estava numa zona de difícil acesso, junto a um parque eólico. O estado do tempo também não permitiu a utilização de meios aéreos.

“Houve uma inicial dificuldade no que toca a meios aéreos porque as condições atmosféricas não permitiam uma operação destes meios no local em força”, explica à Renascença Sérgio Trindade. Assim, a operação foi reforçada com “bastantes meios”.

“Chegamos a ter mais de 250 operacionais e 70 viaturas de várias corporações de bombeiros de vários distritos”.

O incêndio foi antecedido por uma trovoada seca, acompanhada por vento forte, que dificultou o trabalho de mais de 250 operacionais de diversas corporações dos distritos de Leiria e Coimbra.

Conhecido como "chefe José Augusto", o bombeiro que morreu tinha 55 anos e era o chefe da equipa dos bombeiros Voluntários de Miranda do Corvo.

Há ainda três feridos a registar. Um deles está em estado grave e foi transportado para o hospital de Coimbra.

Os outros feridos são dois bombeiros da corporação municipal da Lousã, que receberam assistência hospitalar por inalação de fumos.

Presidente da República, primeiro-ministro e ministro da Administração Interna lamentaram a morte deste operacional.