Diretor do Rio Ave critica "pai irresponsável" no caso da criança em Famalicão
12-09-2022 - 23:22
 • Renascença

Vítor Ramos diz que um jogo de futebol "é um evento privado, sujeito a regras" e afirma que os adeptos "são capazes de tudo pelo 'seu' Benfica, Porto, Sporting e o constante desafio à autoridade e às regras que o português mesquinho tanto gosta".

O diretor de comunicação do Rio Ave, Vítor Ramos, critica um "pai irresponsável" no caso da criança que foi obrigada a retirar a camisola do Benfica por estar numa zona de acesso exclusivo a sócios do Famalicão, no jogo do último sábado.

"Grande parte dos clubes adoptou a regra de proibição de entrada de adereços do visitante por duas grandes razões: a) segurança. Sim, segurança. Aquela palavra tão cara que exigem sempre aos clubes de futebol. Imaginem o que é termos uma bancada destinada ao visitado e de repente termos gente no meio com outras cores. Só quem nunca foi ao futebol duvida das escaramuças que isto gera. b) garantir ou pelo menos tentar que uma bancada destinada ao visitado seja mesmo para o visitado, lutando contra a invasão que estes visitantes costumam sempre tentar", começa por dizer.

Vítor Ramos diz que "ninguém obrigou aquele pai a ir para uma bancada de sócios do Famalicão. Foi, porque quis".

"Forçou a entrada no estádio, com um filho vestido com uma camisola do visitante. Não satisfeito com a indicação profissional do assistente de recinto desportivo, e como pai extremoso e responsável que é, tentou desafiar a autoridade e chamou um polícia. Polícia que fez o seu trabalho e alertou o pai de que tinha de cumprir as regras do promotor do evento", prossegue.

O dirigente recorda que um jogo de futebol "é um evento privado, sujeito a regras" e culpa o pai pela situação em que o filho assistiu à partida.

"Como pai super responsável, tirou a camisola ao filho. Sim, foi ele que meteu a criança nessas condições, e fê-lo entrar assim no estádio à sua responsabilidade. Já lá dentro, desafiou a autoridade de ARD e Polícia, tentando vestir novamente a camisola ao filho", atira.

Vítor Ramos acredita que se deveria "discutir a qualidade da formação cívica em Portugal", porque falta " cultura desportiva e cidadania a este nosso povo".

"Percebem agora porque não se pode deixar entrar certa gente, para certos locais? São capazes de tudo pelo "seu" Benfica, Porto, Sporting e o constante desafio à autoridade e às regras que o português mesquinho tanto gosta", termina.

O presidente da Liga, Pedro Proença, lamentou o caso nas redes sociais. Para o dirigente, “não é este o Futebol que queremos”.

O Benfica repudiou o caso, tal como o secretário de Estado do Desporto, que afirma que "a criança foi vítima de intolerância implacável num estádio de futebol por parte de representantes do promotor do jogo. Foi ainda submetida à indignidade de ficar semi-despida para que pudesse continuar a assistir ao jogo. Este incidente impõe o maior protesto. As entidades envolvidas têm de prestar esclarecimentos pelo sucedido".

A Liga de clubes vai debater o incidente ocorrido em Famalicão com os diretores dos clubes.

O desafio da sexta jornada da I Liga foi vencido pelo Benfica, por 1-0, com um golo de Rafa, que permitiu que os encarnados continuassem a lidera o campeonato em solitário, com o pleno de 18 ponto