A Comissão de Ursula Von der Leyen entra em funções no próximo dia 1. O novo executivo comunitário foi aprovado esta semana pelos eurodeputados com 461 votos a favor, 157 contra e 89 abstenções. Uma maioria, ainda assim, acima do esperado. Os dois correspondentes em Portugal analisam os objectivos da nova presidente da Comissão, nomeadamente a prioridade dada ao combate às alterações climáticas.
Do ponto de vista meramente político, “a Comissão está dividida, mas o discurso foi interessante e acho que pode ser uma boa aposta para os próximos anos”, afirma Begoña Iñiguez. Já Olivier Bonamici recorda que, “pela primeira vez, nem o principal partido da Direita, nem o da Esquerda têm uma maioria, porquanto vai ter de ser uma Presidente de grande consenso e vai precisar de ter sorte”.
Quanto ao principal tema escolhido, o das alterações climáticas, ambos os correspondentes concordam que “ambiente, imigrantes e digital são temas muito importantes” nos próximos anos, que para a Europa, quer para o Mundo.
Logo no início da semana, António Costa jantou com Ursula van der Leyen. Assumiu que pretende manter com a nova presidente a relação que tinha com Jean Claude Juncker que agora cessa funções, não esquecendo que o Governo português tem defendido a aproximação das posições do Parlamento Europeu e da Comissão Europeia no que se refere às contribuições nacionais para o Orçamento da Europa. António Costa estará a tentar conseguir uma posição de mediador? Olivier acha que “quer o Governo PSD, que o PS, tiveram uma grande aproximação a Bruxelas, porque ambos acabam por se encaixar na social-democracia”. Já na opinião da correspondente espanhola, os portugueses têm um grande sentido de diplomacia e isso tem facilitado as relações com Bruxelas nos últimos anos.
Esta semana foi divulgado o mais recente relatório do Observatório Europeu da Droga e da Europol, que mostra que os Europeus gastam anualmente 30 mil milhões de euros em droga. A mais consumida é a canábis, mas o consumo de heroína está a aumentar e é a que provoca mais mortes. Nesta altura, a Europa já é o principal mercado da droga a nível mundial e ultrapassou o americano. Tendo em conta a cada vez maior sofisticação dos meios, sem a colaboração internacional dos vários países e meios de segurança, esta será sempre uma guerra perdida. No entanto, as apreensões de droga na Europa estão a aumentar. Só em Portugal as apreensões de cocaína triplicaram em 3 anos. É sinal de que essa cooperação está a resultar. Olivier Bonamici diz que “estamos a ver um excelente exemplo de um trabalho eficaz de cooperação europeia”.
Falamos ainda da esperança média de vida em Portugal aumentou praticamente cinco anos entre 2000 e 2017. Está agora nos 81,6 anos, acima da média europeia. Mas Espanha e França estão ainda melhor colocados neste ranking: Espanha é mesmo o país da União Europeia onde em média se vive mais tempo: 83,4 anos. França aparece em 3º lugar, com uma esperança média de vida de 82,7 anos.
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