Os taxistas consideram que as novas directrizes da Comissão Europeia que sugerem aos governos dos estados membros que se abstenham de proibir o uso da Uber são uma decisão à medida dos interesses desta aplicação de transporte urbano de baixo custo.
Em declarações à Renascença, Carlos Ramos, da Federação Portuguesa do Táxi, considera que a posição de Bruxelas não constitui propriamente uma surpresa e acusa o Governo português de ceder aos interesses de um operador que pretende monopolizar o mercado.
“Sempre dissemos que a Uber estava bem instalada no poder político e lamentávamos mesmo que o nosso Governo se tenha ajoelhado perante esta plataforma que se instalou em Portugal para dominar o mercado”, critica o responsável.
“Não é novidade que a Comunidade Europeia tenha tomado esta decisão. Vai ser difícil lutar contra um monstro destes. Porque não se fala das outras operadoras? Foi um fato à medida”, acrescenta ainda Carlos Ramos.
A Comissão Europeia avisa os Estados-membros que só em último recurso é admissível banir serviços "online" de arrendamento de casas ou de transporte de pessoas.
Um documento tornado público na terça-feira à noite sublinha que os Estados-membros não devem banir serviços como a Uber, no caso dos transportes, ou da Airbnb, no caso do arrendamento de casas. As directrizes pretendem estimular a “economia de partilha”.
Bruxelas defende, assim, que as restrições a este tipo de serviços devem ser justificadas e proporcionais ao interesse público. A proibição deverá, por outro lado, ser apenas aplicada quando houver uma razão de máximo interesse público.