O relatório e contas de 2018/19 foi aprovado com 52.95% dos votos dos sócios presentes na assembleia geral do Sporting. Votaram 1352 sócios, que equivaleram a 7431 votos. Houve, no entanto, mais sócios a votar contra (55,92) do que a favor (44,08%).
O presidente da mesa da assembleia geral do Sporting falou aos jornalistas no final da reunião e deixou claro que não está em causa a continuidade da direção.
“Compete ao Conselho Diretivo analisar estes resultados. Da minha parte, tivemos aqui 1352 sócios, mas temos um universo muito mais vasto. Temos de encontrar uma maneira - que, na minha opinião, passa por uma reformatação dos Estatutos - para que muitos mais sócios participem na vida do clube. Os resultados são o que são, os sócios votaram como quiseram e relatório foi aprovado”, referiu Rogério Alves.
"Divisão no clube está patente"
Após a divulgação dos resultados, Rogério Alves admitiu que “a divisão no clube está patente”. “Por vezes é mais exacerbada, outras menos, o que desejo é que o sucesso do clube seja o reboque que vai levar à união. Como sportinguista interessa-me muito que sejamos capazes de fazer esse trajeto.”
“Não podemos olhar para uma ou outra coisa que correu mal e hipotecar um projeto que terminará em 2022. Por isso, digo que, como fator crítico do sucesso, deve estar a nossa união e o nosso apoio”, reforçou.
Questionado sobre se Frederico Varandas tem condições para continuar, o líder da assembleia-geral respondeu: “Na minha opinião, sim. Mesmo que o relatório tivesse sido rejeitado, isso não implicaria a queda da direção. Do meu ponto de vista, após a aprovação do relatório e contas, não está em causa um referendo à direção.”
Demissão? "Ridículo"
À saída, o presidente do Sporting foi escoltado pela PSP até ao estádio Alvalade. Não houve incidentes a registar, apesar de Frederico Varandas ter ouvido insultos. “Impera a democracia no Sporting, vai sempre imperar”, disse Varandas, enquanto caminhava. Questionado sobre uma eventual demissão, o líder leonino respondeu apenas: “Ridículo”.
Cerca de duas dezenas de adeptos esperaram pela saída dos dirigentes leoninos.
Já no discurso de abertura da reunião magna, Varandas disse que "o mais importante [dos 13 meses do seu mandato] foi termos conseguido neste exercício de 18/19, voltar a credibilizar a instituição e evitar a falência" do clube.
Frederico Varandas lembrou também, para além de ter evitado a falência, as dificuldades do primeiro ano de trabalho e assumiu erros.
Durante o seu discurso - e após isso -, o líder leonino ouviu assobios, pedidos de demissão e gritos de "ditador, ditador".
Perto da entrada do pavilhão eram visíveis tarjas contra o presidente Frederico Varandas. No caminho entre o estádio e o pavilhão, alguns adeptos colocaram tarjas com as inscrições “#VarandasOut”, “respeitem o Sporting” e “amadores... não, obrigado!”. Alguns minutos depois, as tarjas foram retiradas.
O presidente da assembleia geral iniciou os trabalhos poucos minutos depois das 20h30. As inscrições terminaram às 22h00 e as urnas encerraram às 23h20 com 1405 sócios acreditados, 28 deles inscritos para falar.
A maioria dos sócios que falou deixou palavras contra a direção de Varandas. Sousa Cintra estava inscrito para falar, mas ouviu tantos assobios que decidiu não discursar. O presidente da comissão de gestão acabou por falar aos jornalistas, já fora do pavilhão João Rocha, e deixou críticas ao atual presidente: "O Frederico Varandas não está a conduzir bem os destinos do Sporting. Não respeita minimamente os sócios, não tem jeito para ser presidente e parece que ele é o dono da quinta."
Após os discursos dos sócios, vários membros da direção (Salgado Zenha, Filipe Osório de Castro e João Sampaio) estiveram a responder a perguntas, antes de Varandas voltar a usar da palavra.
A assembleia geral foi marcada tendo como ponto único a aprovação do relatório e contas do clube.
[atualizado às 00h50]