O IRC e a competitividade
24-09-2022 - 23:51
 • José Bastos

Eduardo Baptista Correia, Pedro Braz Teixeira e Nuno Botelho na análise da hipótese de redução da carga fiscal sobre as empresas, o ranking do IMD e a chantagem nuclear de Putin.

O guião está a ser escrito a cada dia que passa. O conflito na Ucrânia provoca uma crise energética sem precedentes que precipita a escalada da inflação – já em curso antes ainda da guerra – e os portugueses estão a perder poder de compra.

“O que vem aí é mau”, foi a frase do presidente da República, convocando o governo a revelar a previsão dos indicadores macro e disponibilizar informação para que todos – empresas e famílias – saibam com o que contar.

Enquanto isso, surge nova polémica: o do pré-anúncio da intenção de descida ‘transversal’, de 21% para 19%, do IRC feito pelo ministro da economia António Costa Silva, medida defendida pelas associações patronais nas reuniões técnicas do grupo de trabalho para o acordo de rendimentos e competitividade (a próxima reunião é quarta,28). Mas, a seguir, o Ministério das Finanças desautorizou o Ministério da Economia.

A redução do IRC para as empresas é uma medida acertada? É um sinal decisivo para os investidores? Pode aumentar a competitividade da economia portuguesa em queda - de 36º para 42º - no ranking 2022 do IMD? É que o barómetro do Instituto Internacional para a Gestão e Competitividade, baseado na Suíça, é dos indicadores mais respeitados na comparação da performance económica dos vários países. Descer seis lugares representa acentuar ainda mais o atraso já considerável de Portugal para a maioria dos países europeus, num quadro fiscal exigente.

A análise é de Nuno Botelho, presidente da ACP – Câmara de Comércio e Indústria, Eduardo Baptista Correia, gestor, e Pedro Braz Teixeira diretor do gabinete de estudos do Fórum para a Competitividade que olharão também para a chantagem nuclear de Putin.