Carlos Jalali aposta nas autarquias. "Países mais centralizados tiveram resgates"
29-09-2017 - 16:51
 • José Pedro Frazão

No programa Da Capa à Contracapa, o politólogo defende “cooperação” entre os municípios “circundantes” para garantir que “a velha política do betão não subsiste”.


Os países com mais centralismo da Zona Euro, entre os quais está Portugal, foram os que tiveram resgates financeiros, afirma o politólogo Carlos Jalalli no programa Da Capa à Contracapa, uma parceria da Renascença com a Fundação Francisco Manuel dos Santos.

Na edição de 16 de Setembro do programa, o catedrático refere que, apesar das expectativas depositadas pelos eleitores, as autarquias portuguesas são das menos financiadas da Europa.

“O nível autárquico em Portugal é dos que mais expectativas coloca sobre os políticos eleitos, porque são figuras mais próximas e conhecidas. Não é inteiramente conhecido pelo cidadão o que uma câmara faz e não faz, onde pode ou não intervir, o mesmo se aplica às juntas de freguesia. O nível subnacional, local, é dos menos financiados a nível europeu. Os três países mais centralizados da Zona Wuro eram Portugal, Irlanda e Grécia, países que tiveram resgates”, assinala.

Para Carlos Jalali, é preciso haver uma “cooperação” entre os diversos municípios “circundantes” para garantir que “a velha política do betão não subsiste”.

O caminho a seguir é uma nova política “que tem em conta economias de escala e as interacções entre municípios, porque as populações não estão fixas em cada município, como se vê nas grandes cidades”.

“A introdução deste novo paradigma pode não estar a acontecer ao mesmo ritmo em todo o território nacional e em todos os municípios portugueses”, adverte o politólogo Carlos Jalali no programa Da Capa à Contracapa, que vai para o ar na Renascença aos sábados, pelas 9h30.