O que nos leva ao tapete
28-01-2015 - 12:09
 • José Luís Ramos Pinheiro

Os países que deixaram a dívida subir a um nível irrespirável devem primeiro pensar nas suas próprias responsabilidades.

A gestão irresponsável dos dinheiros públicos, gastando muito acima do que devia e podia, levou a Grécia ao tapete.

A partir daí, conhece-se a história: o apertar do cinto, a austeridade cega e a pobreza galopante.

A resposta europeia, protagonizada por Angela Merkel, é dura, por vezes desadequada, acrescentando mais sofrimento ao sofrimento. E é sobretudo uma receita que nunca surge associada à esperança num futuro diferente.

Mas os países que deixaram a dívida subir a um nível irrespirável devem primeiro pensar nas suas próprias responsabilidades.

Como se deixaram chegar a este ponto? Quem geriu desta forma, por vezes criminosa, os dinheiros que são de todos? Quais os mecanismos para desencorajar derrapagens semelhantes no futuro? O que fazer para relançar ética e valores na vida cívica? Como recuperar para a vida política e social as pessoas mais válidas?

Sem aprender com a epidemia de erros do passado recente, corremos o risco de saltar para o futuro rabujando com os remédios, mas sem atacar eficazmente a doença.